[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 1 de junho de 2015



Karl Marx
14 de Março

[facebook, 15.03.2015]


Neste 197º aniversário da morte (1818-1883) a lembrança, em tradução muito livre, de um pensamento de Karl Marx que qualquer cristão católico não pode deixar de subscrever:

"Quanto menos comes, bebes, compras livros, vais ao teatro e ao café, pensas, amas, teorizas, cantas, sofres, praticas desporto, etc., mais economizas e mais cresce o teu capital. «És» menos, mas «tens» mais. Assim todasas paixões e actividades são tragadas pela cobiça."
 
Ou seja, ninguém veio a este mundo para sofrer mas, isso sim, para viver uma existência que, embora de contenção, jamais será avessa ao usufruto das boas coisas, num equilíbrio de relação favorável com a Natureza e com o Espírito.

E, a propósito...
 
De qualquer modo, uma dicotomia radical se apresenta ao homem de todos os tempos: Ou «és» ou «tens». Não há volta a dar, é a questão do Ser e do Ter. Quando SS Paulo VI clamava: "Homens, sede homens" era isto mesmo que significava, a inequívoca opção por SER!

O contrário desta opção passa pela via da competição desenfreada, da cobiça e da ganância, que, no dizer do Papa Francisco, são ingredientes da «economia que mata», isto é, de um TER que ofende a dignidade e onde radica a exploração do homem pelo homem.

E, afinal, tudo isto está na «boa notícia» que, até etimologicamente, o Evangelho é. Grande parte disto já estava na República de Platão. Mais recentemente, Thomas More, mártir pelas causas da Verdade e da Dignidade, santo da nossa Igreja, também escreveu isto em "Utopia".

O que continua a toldar o nosso entendimento perante tão doutos testamentos de palavra iluminada, de Luz feita verbo? Na data em que comemoramos a efeméride da morte de Karl Marx, em que também lembramos D. José Policarpo, há um ano falecido, voz da Igreja portuguesa tão incompreendida quanto lúcida, em que recordamos a renúncia de Bento, o nosso Papa emérito e nos regozijamos com Francisco, repito as perguntas:

- QUE PREJUÍZO NOS PERTURBA O ENTENDIMENTO?
- PORQUE RECUSAMOS =SER= E PREFERIMOS =TER= SE, TODOS OS DIAS, ESTAMOS A MORRER?

Sem comentários: