[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 31 de julho de 2015



A Ciência e a Liberdade
 
 
[facebook, 28.07.2015]

Atrevo-me a considerar imprescindível a leitura da entrevista que partilho. E, a título de exemplo das questões fulcrais que enquadram as opiniões, eis um excerto 'definitivo':
 
Questão colocada por Anabela Mota Ribeiro:

"(...) Recupero o tema da educação. No livro "Meu Dito, Meu Escrito", Maria de Sousa fala do direito de duvidar e de perguntar, da importância da frescura da pergunta: “O mais importante na construção de um cientista é não deixar de ouvir a criança dentro de si próprio.” Como é que fazemos perguntas diferentes? Como é que chegamos a pontos de vista diferentes? É uma pergunta para a qual provavelmente não há resposta.

MdS — Há, há. É criar um sistema de liberdade. Não vai nunca fazer perguntas diferentes se não tiver a liberdade de as fazer. A escola, a forma como estamos a financiar os projectos de investigação, tudo está a limitar como é que se fazem perguntas diferentes. As equipas que escrevem projectos têm de escrever quais são os resultados esperados. Já ninguém financia resultados inesperados.

MSS — Os cientistas, para ganharem projectos, têm de se formatar. E não é só no cancro, é em relação a tudo. Há muito pouca liberdade porque o risco de não ter resultados é enorme. E as agências financiadoras o que querem é que a pessoa apresente resultados preliminares — que já estão feitos.

MdS — E que, se possível, vão dar dinheiro. (...)"
 
 

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