"As Faces de Pessoa"
- A não perder!
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[facebook, 10.07.2015]
Acabo de regressar a Sintra depois de ter ido a Linda-a-Velha, ao Auditório Lourdes Norberto, para assistir à estreia de "As Faces de Pessoa", com texto de Judite Lima. Casa cheia, público entusiasmado, bons auspícios para este trabalho dramatúrgico que, passo a citar do programa de sala "(...) aborda a solidão de Pessoa e sua fragmentação em vários outros: Alberto Caeiro, Álvaro de Campos e Ricardo Reis (...) a partir da magia pessoana e ...de 'O Ano da Morte de RIcardo Reis' de José Saramago (...)"
Uma hora de récita em que ao espectador não são concedidas quaisquer tréguas. Está perante um trabalho muito denso, em que a voz do ortónimo apresenta e encerra uma função durante a qual os três heterónimos se sucedem, através de um encadeamento sábio, sem a mínima quebra de ritmo, com recurso a uma selecção de poemas cuja sucessiva articulação resulta num jogo de afinidades discursivas que, na sua radical diversidade, é muito concludente acerca da unicidade autoral.
Trata-se de proposta muito séria e, como todas em que a aposta resulta, de uma aparente 'facilidade', ingrediente este que, aliás, só nobilita o produto global. Factor absolutamente nada despiciendo é o da concepção com características evidente e eminentemente didácticas, que bem podem prenunciar o seu aproveitamento no âmbito de actividades para-lectivas, no contexto da abordagem do universo pessoano nos curricula escolares.
Não há «rodriguinhos» de encenação. Tudo o que se passa naquele palco é o resultado de um trabalho «enxuto», de eficácia liminar, rubricado por Armando Caldas, para o 'Intervalo Grupo de Teatro'. Poemas ditos sem que uma sílaba se perdesse, vozes colocadíssimas, bem projectadas, apenas a necessária e económica movimentação de cena, numa récita que apetece saudar com estes sinceros encómios.
Créditos a repartir pelos intérpretes Fernando Tavares Marques (Fernando Pessoa), Adriana Rocha (Alberto Caeiro), José Coelho (Álvaro de Campos) e Miguel de Almeida (Ricardo Reis). Banda sonora muito cuidada - melhor fora que Judite Lima não cuidasse!... - adequados Som e Iluminação, respectivamente, de Fernando Dias e de Diogo Santos.
Parabéns! Um especial abraço à Judite Lima que tive o prazer de rever e de voltar a saudar.
Trata-se de proposta muito séria e, como todas em que a aposta resulta, de uma aparente 'facilidade', ingrediente este que, aliás, só nobilita o produto global. Factor absolutamente nada despiciendo é o da concepção com características evidente e eminentemente didácticas, que bem podem prenunciar o seu aproveitamento no âmbito de actividades para-lectivas, no contexto da abordagem do universo pessoano nos curricula escolares.
Não há «rodriguinhos» de encenação. Tudo o que se passa naquele palco é o resultado de um trabalho «enxuto», de eficácia liminar, rubricado por Armando Caldas, para o 'Intervalo Grupo de Teatro'. Poemas ditos sem que uma sílaba se perdesse, vozes colocadíssimas, bem projectadas, apenas a necessária e económica movimentação de cena, numa récita que apetece saudar com estes sinceros encómios.
Créditos a repartir pelos intérpretes Fernando Tavares Marques (Fernando Pessoa), Adriana Rocha (Alberto Caeiro), José Coelho (Álvaro de Campos) e Miguel de Almeida (Ricardo Reis). Banda sonora muito cuidada - melhor fora que Judite Lima não cuidasse!... - adequados Som e Iluminação, respectivamente, de Fernando Dias e de Diogo Santos.
Parabéns! Um especial abraço à Judite Lima que tive o prazer de rever e de voltar a saudar.
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