[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 21 de julho de 2015




José Manuel Joly Braga Santos
(1924-1988)


facebook, 14.05.2015]


Não tenho como fazer-lhe mais justa homenagem no dia em que faria noventa e um anos. Passar a sua música. Sempre. Divulgar o grande compositor que foi, algo que não me tenho cansado de fazer, especialmente em Salzburg, cidade onde regresso constantemente, onde tenho amigos que presenteio com as suas peças gravadas. Não calculam os ecos de surpresa perante a qualidade das composições.

O meu pai, seu contemporâneo do conservatório, foi seu amigo e dele grande admirador. Desde muito miúdo, em nossa casa, com os manos, nos habituámos a ouvir o pai contar episódios do seu convívio com o José Manuel, as suas célebres atitudes de 'grande distraído'.

Também o conheci pessoalmente e jamais esquecerei a última vez que o cumprimentei e com ele troquei poucas palavras. Foi uma tarde, no cinema Quarteto, a sala com pouca gente. Ficámos sentados com uma cadeira de intervalo. Não me lembro, absolutamente nada, nem sequer o título do filme que lá nos terá levado. Lembro-me isso sim, de que terei tido a felicidade de acompanhar o processo de algo que lhe bailava na cabeça. Passou o tempo a balbuciar sons, muito baixinho, a marcar compassos, quase imperceptivelmente...

Às filhas - que, no seu dizer, eram as suas 'pequenas obras-primas' - em especial à Piedade Braga Santos, uma saudação muito especial. A sublinhar a efeméride, eis a sua Sinfonia No. 4 em Mi menor, datada de 1950, dedicada à Juventude Musical Portuguesa, numa interpretação da Ireland National Symphony Orchestra, sob a direcção de Álvaro Cassuto.

Reparem na miniatura da gravação, a curiosidade de um querido lugar na costa atlântica de Sintra, "Praia Pequena", quadro de José Malhoa.

Boa audição!

I. Lento [00:00]
II. Andante [13:53]
III. Allegro tranquillo [26:15]
IV. Lento [37:23]


http://youtu.be/9-IE-Ag9KtA



 

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