1 de Setembro de 1785
Efeméride mozartiana
Franz Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart foram bons amigos, bons Católicos, ambos Irmãos da mesma Loja Maçónica de Viena e, entre outras excelentes características pessoais que partilhavam abundantemente, foram geniais músicos que não hesitaram em evidenciar pública nota de quanto mutuamente se estimavam.
Se prova fosse necessária sobre o que acabo de escrever, confirmá-la-íamos através da efeméride que hoje celebramos. Foi em 1 de Setembro de 1785 que, em Viena, Mozart redigiu e assinou a célebre dedicatória dos seus quartetos para cordas, que ficaram conhecidos como ‘Quartetos Haydn’, i.e., os KV 387, K V421, KV 428, KV 458, KV 464 and KV 465, que terão sido estilisticamente influenciados pela série da Op. 33 de Haydn datada de quatro anos antes.
Convém ter em consideração que a dedicatória em apreço é tanto mais extraordinária quanto não era habitual que o dedicatário não fosse um aristocrata. Eis alguns excertos em tradução muito livre:
“Certo pai, prestes a enviar seus filhos mundo fora, pensou seria seu dever confiá-los à protecção e orientação de um senhor muito célebre nessa altura e que, por maioria de razões, era o seu melhor amigo. De igual modo, lhe envio eu os meus seis filhos […] Nestes termos, por favor, receba-os o melhor possível, e trate-os como pai, guia e amigo! […] Encarecidamente, contudo, lhe peço a maior indulgência para os erros que, eventualmente, possam ter escapado aos olhos do pai e, apesar deles, que continue dispensando a sua generosa amizade com quem tão altamente a aprecia”.
Famosas são algumas «trocas de galhardetes» entre os dois compositores, directamente ou por entreposta pessoa. Por altura das respectivas efemérides, como é meu hábito, procurarei partilhá-las convosco. É que, de facto, não gosto de recordar tais episódios desgarradamente, ou seja, sem motivo que determine a sua presença no meu mural.
Agora, eis que vos propicio algumas horas da melhor música de câmara de sempre. Naturalmente, são os seis referidos quartetos, interpretados pelo Quarteto Hagen, dos mais famosos em qualquer latitude, gente de Salzburg com quem, enfim, tenho envelhecido... Todas as gravações foram colhidas na Grosse Saal do Mozarteum, o famoso auditório ao qual já hoje me referi, dando-lhes conta da minha experiência como seu frequentador.
Não gostaria de destacar alguma das obras mas não resisto a chamar a vossa atenção para o KV 465, que se tem celebrizado como 'Quarteto das Dissonâncias'. Será o mais célebre porque, não raro, se pede a alguém que identifique o compositor fazendo ouvir o primeiro minuto e meio do primeiro andamento. Parece tão avançado no tempo que os não iniciados muito dificilmente acertam.
Boa audição!
http://youtu.be/JNgnnA0vfgI [KV 428]
http://youtu.be/ZyNFElawfTg [KV 465] Dissonâncias
http://youtu.be/VYZkpQlniHw [KV 421]
http://youtu.be/IUyfJDiGbv4 [KV 458]
http://youtu.be/ArJXhsSH9zc [KV 464]
http://youtu.be/m9RK0ebKp8A [KV 387]
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Efeméride mozartiana
Franz Joseph Haydn e Wolfgang Amadeus Mozart foram bons amigos, bons Católicos, ambos Irmãos da mesma Loja Maçónica de Viena e, entre outras excelentes características pessoais que partilhavam abundantemente, foram geniais músicos que não hesitaram em evidenciar pública nota de quanto mutuamente se estimavam.
Se prova fosse necessária sobre o que acabo de escrever, confirmá-la-íamos através da efeméride que hoje celebramos. Foi em 1 de Setembro de 1785 que, em Viena, Mozart redigiu e assinou a célebre dedicatória dos seus quartetos para cordas, que ficaram conhecidos como ‘Quartetos Haydn’, i.e., os KV 387, K V421, KV 428, KV 458, KV 464 and KV 465, que terão sido estilisticamente influenciados pela série da Op. 33 de Haydn datada de quatro anos antes.
Convém ter em consideração que a dedicatória em apreço é tanto mais extraordinária quanto não era habitual que o dedicatário não fosse um aristocrata. Eis alguns excertos em tradução muito livre:
“Certo pai, prestes a enviar seus filhos mundo fora, pensou seria seu dever confiá-los à protecção e orientação de um senhor muito célebre nessa altura e que, por maioria de razões, era o seu melhor amigo. De igual modo, lhe envio eu os meus seis filhos […] Nestes termos, por favor, receba-os o melhor possível, e trate-os como pai, guia e amigo! […] Encarecidamente, contudo, lhe peço a maior indulgência para os erros que, eventualmente, possam ter escapado aos olhos do pai e, apesar deles, que continue dispensando a sua generosa amizade com quem tão altamente a aprecia”.
Famosas são algumas «trocas de galhardetes» entre os dois compositores, directamente ou por entreposta pessoa. Por altura das respectivas efemérides, como é meu hábito, procurarei partilhá-las convosco. É que, de facto, não gosto de recordar tais episódios desgarradamente, ou seja, sem motivo que determine a sua presença no meu mural.
Agora, eis que vos propicio algumas horas da melhor música de câmara de sempre. Naturalmente, são os seis referidos quartetos, interpretados pelo Quarteto Hagen, dos mais famosos em qualquer latitude, gente de Salzburg com quem, enfim, tenho envelhecido... Todas as gravações foram colhidas na Grosse Saal do Mozarteum, o famoso auditório ao qual já hoje me referi, dando-lhes conta da minha experiência como seu frequentador.
Não gostaria de destacar alguma das obras mas não resisto a chamar a vossa atenção para o KV 465, que se tem celebrizado como 'Quarteto das Dissonâncias'. Será o mais célebre porque, não raro, se pede a alguém que identifique o compositor fazendo ouvir o primeiro minuto e meio do primeiro andamento. Parece tão avançado no tempo que os não iniciados muito dificilmente acertam.
Boa audição!
http://youtu.be/JNgnnA0vfgI [KV 428]
http://youtu.be/ZyNFElawfTg [KV 465] Dissonâncias
http://youtu.be/VYZkpQlniHw [KV 421]
http://youtu.be/IUyfJDiGbv4 [KV 458]
http://youtu.be/ArJXhsSH9zc [KV 464]
http://youtu.be/m9RK0ebKp8A [KV 387]
I
. Allegro non troppo II. Andante con moto III. Menuetto, Allegro - Trio IV. Allegro vivace
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