[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 20 de outubro de 2015



17 de Outubro, 21.30
Palácio Nacional de Queluz
Beethoven: Beleza à Beira do Abismo

[publicado em 19.10.2015 no facebook] 

Foi excelente o recital de Arthur Schoonderwoerd. As mais adequadas opções de leitura das Sonatas Op. 26 No. 12, Op. 13 No. 8, Op. 31 No. 2 e Variações Op. 34 de Beethoven constantes do programa.


Sublinharia, em palavras muito breves, a sua sofisticada contenção, concedendo um notável realce a pausas ousadas, numa perfeita noção do limite de silêncio intercalável «naquele» momento da leitura da peça, nenhuma concessão à facilidade, exigência máxima tanto aos seus melhores recursos de intérprete como às características do «nosso» pianoforte 'Clementi' que, cada vez mais encanta.

Por fim, irradiante de simpatia, partilhou connosco impressões, opiniões e até o conhecimento histórico do respeito que Beethoven nutria por Muzio Clementi. A este respeito, não pude deixar de lembrar opinião oposta, de Mozart, que, em carta ao pai Leopold, apelidava de 'mechanicus' o músico e construtor de pianoforti que, com ele, tinha participado num «duelo» pianístico patrocinado pelo Imperador José II.

Estarão lembrados de que, há dias, anunciando este recital - incluído nas 'Noites de Queluz', do ciclo 'Tempestade e Galanterie', sob a Direcção Artística de Massimo Mazzeo e produção da Parques de Sintra - ilustrei o meu pequeno texto com a gravação de uma interpretação perfeitamente paradigmática de "Für Elise" por Schoonderwoerd.

Pois bem, foi essa a pequena preciosidade que o pianista nos ofereceu em extra-programa, além de uma peça de sua própria autoria. Com certeza que, apesar da repetição, poderei contar com a vossa melhor recepção, ao propor a partilha da referida e famosíssima bagatela de Beethoven.


Boa Audição!

https://youtu.be/7LGOA7SlbmM
 
 

 

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