6 de Novembro de 1880, Klagenfurt, Áustria,
Nascimento de Robert Musil
(m, 1942, Genebra)
Stefan Zweig e Robert Musil,
chave para compreender a Europa
[publicado no facebook em 07.11.2015]
Muitas vezes, quer no ‘Jornal de Sintra’ quer neste mural do facebook e no meu blogue www.sintradoavesso.blogspot.com - porque faz parte da «minha família mais chegada» de grandes mestres da escrita - tenho eu publicado artigos maiores e menores acerca da personalidade e obra de Stefan Zweig.
Sabem os meus habituais leitores do apreço que, ao longo de anos, tenho manifestado por este autor austríaco, que, entre outros lugares de grande fascínio, também viveu na sua e minha querida Salzburg, aliás, bem perto da casa onde costumo ficar durante as minhas estadas. Peregrino pelos seus cantos e recantos, coincido nas suas predilecções e fastios, cultivo a condição gémea de uma definitiva afinidade.
Não raro, recorro a “O Mundo de Ontem, Memórias de um Europeu” para oferecer àqueles dos meus amigos que, nessa leitura, encontrarão o lastro indispensável ao sistematizar de ideias avulsas acerca de uma especial Europa onde, tão insensata quanto «compreensivelmente», se gerou e fermentou a guerra, por duas vezes, na primeira metade do século vinte.
A par desta, lembraria outra obra, absolutamente fundamental na biblioteca de qualquer amante das grandes Letras e da melhor Literatura de todos os tempos, onde encontrarão, entre imensos factores de interesse excepcional, também a frequência de meios e gentes, de um tempo germânico coincidente com o da obra precedente.
Refiro-me a “O Homem sem Qualidades” [Der Mann ohne Eingeshaften], de Robert Musil (1880-1942), numa tradução portentosa do Prof. João Barrento, edição da Dom Quixote. Trata-se de mil oitocentas e trinta páginas, de tal modo imperdíveis, que as alinho com o melhor que escreveram Joyce, Tolstoi ou Proust.
Permitam que, a finalizar, e em jeito de lamento, vos lembre a cena recorrente dos comboios suburbanos, quando deparamos com gente a perder o seu precioso tempo – escrevo-o sem qualquer pudor – às voltas com a «literatura» de Dan Brown, Rodrigues dos Santos e quejandos. Ainda bem que estão a ler. Mas, santo Deus, o que ganhariam tais leitores se, em vez de tais subprodutos, fossem devidamente sensibilizados e motivados para o acesso às obras cujas referências hoje partilhámos...
Nascimento de Robert Musil
(m, 1942, Genebra)
Stefan Zweig e Robert Musil,
chave para compreender a Europa
[publicado no facebook em 07.11.2015]
Muitas vezes, quer no ‘Jornal de Sintra’ quer neste mural do facebook e no meu blogue www.sintradoavesso.blogspot.com - porque faz parte da «minha família mais chegada» de grandes mestres da escrita - tenho eu publicado artigos maiores e menores acerca da personalidade e obra de Stefan Zweig.
Sabem os meus habituais leitores do apreço que, ao longo de anos, tenho manifestado por este autor austríaco, que, entre outros lugares de grande fascínio, também viveu na sua e minha querida Salzburg, aliás, bem perto da casa onde costumo ficar durante as minhas estadas. Peregrino pelos seus cantos e recantos, coincido nas suas predilecções e fastios, cultivo a condição gémea de uma definitiva afinidade.
Não raro, recorro a “O Mundo de Ontem, Memórias de um Europeu” para oferecer àqueles dos meus amigos que, nessa leitura, encontrarão o lastro indispensável ao sistematizar de ideias avulsas acerca de uma especial Europa onde, tão insensata quanto «compreensivelmente», se gerou e fermentou a guerra, por duas vezes, na primeira metade do século vinte.
A par desta, lembraria outra obra, absolutamente fundamental na biblioteca de qualquer amante das grandes Letras e da melhor Literatura de todos os tempos, onde encontrarão, entre imensos factores de interesse excepcional, também a frequência de meios e gentes, de um tempo germânico coincidente com o da obra precedente.
Refiro-me a “O Homem sem Qualidades” [Der Mann ohne Eingeshaften], de Robert Musil (1880-1942), numa tradução portentosa do Prof. João Barrento, edição da Dom Quixote. Trata-se de mil oitocentas e trinta páginas, de tal modo imperdíveis, que as alinho com o melhor que escreveram Joyce, Tolstoi ou Proust.
Permitam que, a finalizar, e em jeito de lamento, vos lembre a cena recorrente dos comboios suburbanos, quando deparamos com gente a perder o seu precioso tempo – escrevo-o sem qualquer pudor – às voltas com a «literatura» de Dan Brown, Rodrigues dos Santos e quejandos. Ainda bem que estão a ler. Mas, santo Deus, o que ganhariam tais leitores se, em vez de tais subprodutos, fossem devidamente sensibilizados e motivados para o acesso às obras cujas referências hoje partilhámos...
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