[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 3 de novembro de 2015




Mais quatro anos disto?



Acabei de assistir, no telejornal e, apesar de previamente avisado, ainda estou perplexo com o tipo de discurso do Ministro da Administração Interna durante o diálogo informal que manteve com populares de Albufeira, alguns dos quais comerciantes muito prejudicados pela intempérie que atingiu a zona no passado Domingo.

Sabia da sua mais famosa e recente façanha de jurisconsulto, ou seja, o douto parecer que subscreveu, numa frustre tentativa de branqu...eamento da atitude de Ricardo Salgado relativamente à recepção de um generoso presente de quatorze milhões de Euros, oferecido por José Guilherme.
Desconhecia, no entanto, que aquela cabecinha de governante, apanhada pela ribalta das câmaras e dos microfones, escondia uma tão paradigmática «mentalidade de senhora vizinha» que, aliás, bem espelha o quadro de referência das opções do último e tão lamentável Governo empossado por Cavaco.

Entre obras de Deus e do demónio, apelando à virtude da excelsa poupança e do pé de meia que se constitui para fazer face à adversidadezinha que pode bater à porta a qualquer momento, Sua Excelência o MAI lá foi desfiando as contas do seu rosário de rata de sacristia tão cizenta como salazarenta.

De uma coisa poderá estar certa a população de Albufeira que, com o seu Presidente da Câmara, vem reclamando a declaração do estado de calamidade pública: há que ter muita confiança no intermédio do Ministro Calvão na próxima reunião do Executivo. É que, na sequência de um dos seus famosos pareceres, até é capaz de aparecer algum generoso empreiteiro de construção civil que resolva todas as situações calamitosas...

Caricatura ou não, afinal, este episódio de Albufeira só é mais um. Nem menos do que, por exemplo, nos domínios da Assistência Social ou da Saúde, o anterior Governo de Coelho & Portas mais evidenciou, de uma perspectiva assistencialista que, com o sector público nada tem a ver nem quer, e que tudo entrega ao domínio do privado para a prossecução dos negócios que, providencialmente, Deus Nosso Senhor se encarrega de lhes atravessar no caminho apontado pela cartilha austeritario-liberal.

Mais quatro anos «disto»?

Nem um mês! Longe vá o agoiro! Vade retro Satanás! Te renego Belzebu! Ai Jesus cruzes canhoto! Lagarto, lagarto, lagarto!

 

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