David Mourão-Ferreira
Lisboa, 24.02.1927 — Lisboa, 16.06.1996
Lisboa, 24.02.1927 — Lisboa, 16.06.1996
[publicado no facebook em 24.02.2016]
Tantas memórias de David, dos tempos de Faculdade! Ficam comigo. Convosco partilho "Abandono", um seu poema de homenagem aos presos politicos deportados para o campo do Tarrafal em Cabo Verde. Como saberão, também ficou conhecido como "Fado Peniche". De Alain Oulman a música para Amália, numa criação arrepiante.
Tantas memórias de David, dos tempos de Faculdade! Ficam comigo. Convosco partilho "Abandono", um seu poema de homenagem aos presos politicos deportados para o campo do Tarrafal em Cabo Verde. Como saberão, também ficou conhecido como "Fado Peniche". De Alain Oulman a música para Amália, numa criação arrepiante.
No seu aniversário, a lembrança de um grande senhor, do tempo que soube viver, honrar e sublimar através de obras notáveis.
Ao David, com saudade. Ao Rui Valentim de Carvalho, a quem David Mourão-Ferreira estava ligado por laços familiares, num mesmo novelo de memórias, e à Maria Nobre Franco, que também já partiu, viúva de Rui, querida amiga, vértice desse triângulo em que a Arte se conjuga.
Boa Audição!
https://youtu.be/0-_7BqY7e-8
_______________________
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
Ver MaisAo David, com saudade. Ao Rui Valentim de Carvalho, a quem David Mourão-Ferreira estava ligado por laços familiares, num mesmo novelo de memórias, e à Maria Nobre Franco, que também já partiu, viúva de Rui, querida amiga, vértice desse triângulo em que a Arte se conjuga.
Boa Audição!
https://youtu.be/0-_7BqY7e-8
_______________________
Por teu livre pensamento
Foram-te longe encerrar
Tão longe que o meu lamento
Não te consegue alcançar
E apenas ouves o vento
E apenas ouves o mar
Levaram-te a meio da noite
A treva tudo cobria
Foi de noite numa noite
De todas a mais sombria
Foi de noite, foi de noite
E nunca mais se fez dia.
Ai! Dessa noite o veneno
Persiste em me envenenar
Oiço apenas o silêncio
Que ficou em teu lugar
E ao menos ouves o vento
E ao menos ouves o mar.
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