[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017



Fonte dos Pisões
- estado miserável 


 [ II ]



»» Mais uma inequívoca questão de defesa e preservação do património edificado que a Câmara Municipal de Sintra não trata com os cuidados que merece ««


Em tempos recentes, no âmbito de um trabalho de sistemático e exaustivo registo, descrição, caracterização e estado de conservação de fontes, fontanários e nascentes existentes no território das três freguesias da sede do concelho que deram origem à actual União, trabalho desenvolvido com o fotógrafo e meu querido amigo Sergio Gonçalvess, apercebemo-nos da lamentável situação em que se encontram peças patrimoniais do maior interesse.

Naturalmente, ao pretender informação sobre a(s) entidade(s) competente(s) em relação à questão da manutenção do património em apreço, informou-nos a Junta de que, nuns casos, compete à Câmara e noutros à própria Junta.

Se assim sucede, tal se deve à circunstância resultante da inusitada riqueza de muitas dezenas de peças em relação às quais a Junta não dispõe de meios adequados e bastantes que a habilitem à intervenção atempada e com a qualidade devida, pelo que, muito natural e justificadamente, tais trabalhos ficaram consignados à Câmara.

Logo tivemos conhecimento das que, pelas suas específicas características - e, atenção, nos termos de um acordo entre a Câmara Municipal de Sintra e a Junta - tinham ficado exclusivamente afectas à tutela da Câmara Municipal de Sintra. Com a ressalva de alguma involuntária imprecisão, eis a sua localização e designação:

- Santa Eufémia; Heliodoro Salgado; Largo dos Seteais (à entrada do recinto); Pelourinho (Paços do Concelho, Largo Vergílio Horta); nascente no Caminho da Fonte dos Amores; Fonte dos Ladrões; Fonte d’El Rey; Mata Alva; Carlos França (Fonte dos Pisões); Bebedouro dos Cavalos; Terreiro Rainha D. Amélia (junto ao Palácio Nacional de Sintra); Pena (junto ao portão principal do Parque da Pena); Parque das Merendas; duas unidades no Parque da Liberdade.

Foi e é, tão só, neste contexto e tendo em consideração a informação que, em tempo oportuno, os serviços da Junta me disponibilizaram que, ao longo de meses, me tenho permitido denunciar o miserável estado em que se encontram peças centenárias tão interessantes como a Fonte d’El Rey ou a Fonte dos Ladrões e a mais recente Fonte dos Pisões.

Ao responder à minha mais recente denúncia de anteontem, 15 de Fevereiro, subordinada ao mesmo título que hoje também encima estas palavras, António Luís Lopes aconselhou que me remetesse às disposições e, passo a citar, constantes "(...) da Lei 75/2013, artigo 16, relativo a competências materiais das JUNTAS DE FREGUESIA. Na alínea cc pode ler-se: "cc) Conservar e promover a reparação de chafarizes e fontanários públicos". (..)"

Acrescentou António Luís Lopes que deixava à minha consideração a avaliação de quem, pelos vistos, estaria em falta ou a quem deveráia ser exigida obra. Ora bem, como é patente e notório, o conselho não contemplava a informação que, afinal, ele próprio não dispunha e que, afinal, me foi tão facilmente acessível.

Portanto, no caso vertente - e só me refiro ao caso vertente, da Fonte dos Pisões, já que, em relação a outras, nomeadamente, Fonte d'El Rey e Fonte dos Ladrões, me referirei muito proximamente - ceramente que me acompanham na conclusão de que a Câmara Municipal de Sintra 'não mexe uma palha' há quatro anos, tantos como os do mandato do actual executivo.
 
 
 
 
 
 
 


Fonte dos Pisões
- estado miserável !

 

AT: última beneficiação em 2013 !
Portanto, no último ano do último mandato do Prof.
Fernando Roboredo Seara


Da última vez em que publiquei fotos sobre o estado miserável em que, apenas a título de exemplo, estão a Fonte dos Pisões, a Fonte d' El Rei e a Fonte dos Ladrões, António Luís Lopes chamou a atenção para aquilo que deu a entender como atitude persecutória da minha parte.
Na sua perspectiva de análise, teria eu feito uma avalição descabida na medida em que, durante os 12 anos que precederam o mandato do actual executivo, tais peças do património de Sintra não teriam sido objecto de quaisquer intervenções de recuperação.

Ora bem, como quase todos os dias passo pela Fonte dos Pisões - peça cujo estado actual é objecto da ilustração deste escrito - tinha noção do período em que fora ultimamente intervencionada. No entanto, quis certificar-me para, inequivocamente, poder responder a António Luís Lopes e a todos quantos pudessem ter dúvidas acerca do caso.

A última intervenção ocorreu, precisamente, em 2013, ou seja, no último ano do terceiro mandato do Presidente Prof. Fernando Roboredo Seara! Portanto, se precisa fosse a prova de que, durante o mandato do actual executivo autárquico, liderado pelo Dr. Basílio Horta, esta e as outras referidas peças patrimoniais foram votadas à sua sorte, ela aí está, na sua tão exuberante como infeliz expressão.

A verdade é que, nem durante os «famosos 12 anos» do estafado argumento nem noutro qualquer período, a sede do concelho foi tão votada a um abandono tão evidente. Não é difícil perceber que muitas pessoas, apoiantes do actual executivo, se sintam desconfortáveis com a situação.
 

Sem comentários: