Uma Questão de tolerância
(At: esta é a primeira peça, por ordem cronológica, da série iniciada em 12 de Setembro de 2007)
Durante meses e meses, nem no blog nem no Jornal de Sintra, escrevi sequer uma linha. É como se, durante este tempo, tivesse atravessado um luto que, infelizmente, ainda permanece. E não se trata de hipérbole. Antes fosse...
Lembro que o luto, o nojo, se faz na sequência da morte ou da separação de alguém, de alguma coisa, qual estado de flagrante perda que, melhor ou pior, o tempo vai resolvendo. O meu é um luto que ocorre nos meandros de periódica crise de descrença na possibilidade de, individualmente ou em grupo, alterar favoravelmente determinado estado insatisfatório das coisas.
Apesar de um visceral optimismo, não me consigo subtrair a tal negativismo. A propósito, apraz afirmar que nunca me abandonaram os grandes princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, espaldando toda uma intervenção cívica, quer em Sintra quer noutros lugares, fora do ou no contexto das situações profissionais que me desafiam. No entanto, depois do envolvimento, tantas vezes tão incómodo, denunciando inúmeros casos cuja resolução, fundamentalmente, compete à autoridade e ao poder local instituído, a verdade é que vou deixando de sentir a eficácia que esta atitude deveria suscitar.
Não é que me tenha rendido à inevitabilidade das consequências da instalada cultura de desleixo, mascarando as mais distintas incompetências e favorecendo a emergência das habituais, sinistras personagens que prosperam e se alimentam em tão propícias manjedouras.
Não cheguei e tenho a impressão de que jamais chegarei a tal ponto de desânimo. Contudo, relativamente à luta pela melhoria da qualidade de vida em Sintra, ainda não (re)ganhei a força bastante para recomeçar a partilhar preocupações que são de sempre e, de qualquer modo, indiscutivelmente pertinentes.
Lembro que o luto, o nojo, se faz na sequência da morte ou da separação de alguém, de alguma coisa, qual estado de flagrante perda que, melhor ou pior, o tempo vai resolvendo. O meu é um luto que ocorre nos meandros de periódica crise de descrença na possibilidade de, individualmente ou em grupo, alterar favoravelmente determinado estado insatisfatório das coisas.
Apesar de um visceral optimismo, não me consigo subtrair a tal negativismo. A propósito, apraz afirmar que nunca me abandonaram os grandes princípios da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, espaldando toda uma intervenção cívica, quer em Sintra quer noutros lugares, fora do ou no contexto das situações profissionais que me desafiam. No entanto, depois do envolvimento, tantas vezes tão incómodo, denunciando inúmeros casos cuja resolução, fundamentalmente, compete à autoridade e ao poder local instituído, a verdade é que vou deixando de sentir a eficácia que esta atitude deveria suscitar.
Não é que me tenha rendido à inevitabilidade das consequências da instalada cultura de desleixo, mascarando as mais distintas incompetências e favorecendo a emergência das habituais, sinistras personagens que prosperam e se alimentam em tão propícias manjedouras.
Não cheguei e tenho a impressão de que jamais chegarei a tal ponto de desânimo. Contudo, relativamente à luta pela melhoria da qualidade de vida em Sintra, ainda não (re)ganhei a força bastante para recomeçar a partilhar preocupações que são de sempre e, de qualquer modo, indiscutivelmente pertinentes.
Tolerância ou laxismo?
Querem, tão somente, um exemplo que dá pano para mangas? Então, considerem a quotidiana demissão da Guarda Nacional Republicana, perante os problemas de estacionamento, que geram problemas de tremenda falta de qualidade de vida e constante insegurança na sede do concelho. Sintra nunca viu tantos agentes, em patrulhas a pé ou transportando-se em tantos carros, motas e até bicicletas. Infelizmente, tamanho factor de presença, que deveria suscitar a correspondente satisfação geral, através da resolução de casos tão preocupantes, tem-se traduzido numa inoperância que será escusado esconder ou, muito menos, desculpar.
É por aqui, precisamente, pelo problema do estacionamento e da autoridade para o enquadrar e solucionar, na multiplicidade das várias perspectivas de actuação, que vos desafio me acompanhem num percurso de reflexão que, não sei, sinceremente não sei, se poderá resultar nalgum benefício para a comunidade. Ainda neste período de descrença, sou capaz de vos pedir que juntemos as nossas reflexões, à guisa de pequena obra, como alicerce à construção da obra maior que outros, por nós investidos, estão obrigados a concretizar.
Finalmente vos direi que, com o intuito de me inspirar no exemplo de alguém que acreditava no grande alcance das pequenas obras, vim sentar-me, por uns instantes, neste pequeno parque do Lourel que foi sonho e leva o nome do meu querido amigo Pinto Vasques. Que belíssima lembrança!
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