Ponto e contraponto
Com tal êxito, estamos todos de parabéns, os pais das crianças, as crianças, a empresa que depende da Câmara Municipal de Sintra, os cidadãos em geral. A decisiva aposta na concretização de projectos que tais, constitui marca de esperança num futuro melhor para todos esses miúdos cuja educação, por esta via da música em idade muito precoce, já é diferente e muito mais rica.
Mais uma vez, com o risco de me tornar insuportável, venho lembrar como a solução deste problema não é nada transcendente, não é incomportável em termos de investimento e já poderia ter sido concretizada há anos. Apenas a cerca de trez minutos a pé, do outro lado da linha do combóio - com acesso à Heliodoro Salgado através daquela passagem aérea que é uma vergonha de degradação, por falta de manutenção - está o provisório parque de estacionamento, junto ao edifício de Departamento de Urbanismo, invariavelmente vazio, no horário dos eventos no Centro Cultural Olga Cadaval.
Actuação integrada
Depois de não sei quantas tentativas de alerta, sempre apontando a solução acima mencionada, que ninguém desvaloriza ou contraria, aqui me têm a pedir que, com a máxima urgência, o Senhor Vereador Luís Duque conclua a avaliação que lhe foi solicitada, com a necessidade de a articular com a SintraQuorum e EMES "(...) em termos de funcionamento do parque de estacionamento, visando os dias em que decorrem eventos no Centro Cultural (...)". Se assim o escrevo, mais não faço do que confirmar os termos da carta que me remeteu o Exmo. Senhor Dr. Nuno Fonte, Chefe do Gabinete do Presidente da Câmara Municipal de Sintra, datada de 14 de Março de 2006, portanto, há mais de ano e meio...
Já no passado dia 18 de Setembro, no enquadramento destas Notas Diárias, precisamente acerca deste assunto, subscrevi Alternativa ao caos, um texto em que pormenorizava alguns assuntos afins, aliás na continuação de uma saga que comecei no Jornal de Sintra há tantos anos quantos leva de existência o próprio CCOC. Se quiserem ter a bondade, espreitem o escrito. Não tenho mais nada a acrescentar excepto o recorrente lamento pela sensação de impotência, de não sentir o efeito de uma intervenção cívica que não é individual, já que se limita a exprimir a opinião de tanta gente silenciosa.
Apesar de não se ouvir, o ruído é imenso e natural. E tudo é tanto mais estranho quanto sei que a direcção do CCOC não perfilha a ideia de que seja possível promover um excelente espectáculo, pouco ou nada se importando com o que acontece nas ruas à volta. Assim sendo, ainda mais incompreensível se me apresenta a manutenção de uma situação tão polémica e, para todos, tão desconfortável.
Se as coisas permanecerem como estão, continuarão a diluir-se significativamente os efeitos de benefício cultural e educativo dos programas que a SintraQuorum promove, com o êxito que todos reconhecem. É que aquele Centro Cultural não é uma ilha. Para que as suas iniciativas tenham o vantajoso impacte multifacetado que é suposto, tudo tem que se conjugar no sentido do equilíbrio, da harmonia, de acordo com os ditames do acesso aos bens culturais. Como acontece em qualquer latitude civilizada. Como Sintra merece que aconteça. Ou seja, no contexto de uma estratégia de actuação integrada, coerente com a indissociável perspectiva sistémica.
3 comentários:
Acabei de fazer um comentário ao seu artigo de ontem e agora continuo neste porque tenho acompanhado o que tem escrito acerca do assunto. Olhe que admiro a sua força e também não compreendo como não se remedeia uma coisa tão fácil. Há coisas difíceis para resolver em Sintra mas esta já podia estar arrumada e bem arrumada. Mas Sintra é assim. E não tenho grande esperança em mudanças positivas.
Não sei a quem estou a dirigir-me mas, de qualquer modo, vou fazer-lhe um convite. Na próxima reunião pública da Câmara Municipal de Sintra, lá estarei a colocar o problema de viva voz.
E se quisesse aparecer? E, porventura, dar-se a conhecer?
Enviar um comentário