[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Empresa Municipal,
Burocracia & Cia.


Morador na zona da Estefânea, na freguesia de Santa Maria e São Miguel, há quase quarenta anos, precisei de um daqueles cartões de residente que se coloca no automóvel, comprovando o acesso livre e gratuito à respectiva zona de estacionamento. Para o efeito, a Empresa Pública Municipal de Estacionamento de Sintra (EPMES) solicitou-me a apresentação de Bilhete de Identidade, Carta de Condução, Cartão de Contribuinte, última Declaração de IRS, Cartão de Eleitor, Livrete e Registo de Propriedade da viatura.

Embora tivesse considerado um exagero, mas resignado à evidência, fiz-me portador de toda a documentação e desloquei-me aos escritórios da empresa. Sumariamente analisada a situação, verificou-se que o meu domicílio fiscal não coincidia com o da residência na Estefânea pelo que fui obrigado a apresentar um Atestado de Residência. Dirigi-me à Junta de Freguesia e, em dez minutos, tinha o atestado na mão para voltar aos esritórios da EPMES que, sim senhor, imediatamente, emitiu o cartão.

Para todos os efeitos, este não seria um exemplar episódio de burocracite aguda, se a mesma EPMES não mantivesse comigo uma relação que lhe comprova, há tantos anos quantos os que esta modalidade está em vigor, como a minha é mesmo aquela residência. Na realidade, com a maior simplicidade, poderia tê-lo feito através da consulta aos seus registos dos quais constam mais dois cartões para a mesma morada...

Apesar de ter chamado a atenção para aquele pequeno pormenor, o meu reparo não surtiu efeito já que, de acordo com a opinião do próprio administrador da empresa, aquilo que eu agora solicitava era abrangido por novo enquadramento.


Empresa Municipal? Pois claro. Daquelas que nasceram para agilizar processos, lembram-se?
Não se está mesmo a ver, aliás, num particularíssimo momento de felicidade, em que os cidadãos se renderam à simplex estratégia do poder central?

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Dr. João Cachado,

Como pode verificar, fora Artur Sá e Saloio eu devo ser uma das pessoas que mais colaboro neste blogue. No que respeita o seu caso com a EPMES eu também podia contar uma coisa semelhante. Há uns anos não quiseram dar um cartão de residente a uma amiga minha porque o carro era alugado. Essa senhora estava no estrangeiro por uns tempos mas vive em Sintra e alugou um automóvel por dois meses. Portanto estava na posse dela. A EPMES não queria entender mas acabou por ceder. Então não era um serviço que a Câmara de Sintra podia ter directamente? Não consigo compreender para que servem estas empresas municipais.

Aproveito para referir o caso da alta tensão. A presidente de Monte Abraão em vez de me atacar porque fui eu que a ataquei, atacou o Dr Cachado. Não retiro uma palavra do que disse e repito. Agora anda em todos os jornais a fazer-se notada. A Rosário Peres é uma desconhecida mas o Dr. Cachado é o responsável pelo blogue e escreve nos jornais. Tem que ter paciência.
Cumprimentos

Rosário Peres