[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 26 de março de 2008

Educação e indisciplina,
que autoridade?

Após breve ausência, e, uma vez regressado às lides, é o caso da cena de violência, numa aula da disciplina de Francês na Escola Carolina Michaelis de Vasconcelos, que se me impõe como facto inevitável de abordagem. Depois de muitos anos como Técnico de Educação, professor e formador de professores, Presidente da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) e continuando ainda ligado ao sector, natural é que, a propósito do episódio, me considere obrigado a partilhar convosco algumas opiniões.

Nestes termos, porque se trata de assunto cujo recorte não se compadece com pressas, a partir de hoje, venho propor-vos um texto, a repartir por vários dias, através do qual tentarei focar os diversos aspectos que se me afiguram mais pertinentes, no sentido de definir os contornos da problemática envolvida que, é inegável, radica em factores que estão a montante do modo como em geral, e, neste específico caso, a autoridade se ausenta ou exerce.

No entanto, para além do tema da autoridade, outros assuntos com ela intimamente relacionados se nos oferecem como indispensáveis momentos de análise. Tais são, a título de mero exemplo, os casos da turma enquanto grupo, da gestão dos conflitos, da formação dos docentes, do modo como a Escola é encarada pela sociedade, das competências e das omissões das famílias enquanto parte indissociável do processo educativo, temas que, inevitavelmente, aqui estarão presentes.

Neste primeiro texto, que funcionará como preâmbulo, gostaria de expressar não o estupor perante a situação – não é caso para isso, na medida em que, infelizmente, cenas análogas são muito mais frequentes do que supõe a maioria dos cidadãos – mas, muito mais, convidar à reflexão acerca de questões prévias, cuja ausência de resposta comprometeria o meu e o vosso trabalho.

(continua)

2 comentários:

O Jacaré 007 disse...

Olá, e que tal dar uma volta até à Lagoa Azul?
Aquilo por lá está animado!!

Anónimo disse...

Meu caro Dr. João Cachado,

Confesso que prefiro ler neste blogue assuntos relacionados com Sintra. Mas este é muito actual, pelo que também estou muito interessado em acompanhar nos próximos dias. Tenho dois netos adolescentes, mais ou menos da idade daquela aluna que não dão problemas à família e são bons alunos. Estou muito preocupado com o futuro deles e de todos os jovens porque as escolas já não estão a cumprir a sua missão.
Portanto vou acompanhar o seu artigo.
Finalmente não percebo o comentário do "jacaré". Se não está interessado neste assunto, não incomode.

Muitos cumprimentos

Artur Sá