[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 12 de junho de 2008

Centro histórico:
tratar do lixo

(continuação)

Salvo melhor opinião, a necessidade de construir um hotel e moradias em Monte Santos nem sequer se coloca. E equacionar a hipótese? Enfim, talvez, mas apenas se estivessem resolvidos casos como o da recuperação do Netto, em São Martinho, no coração do centro histórico, e de tantas dezenas de moradias e quintinhas, tanto na freguesia de Santa Maria como na de São Pedro Penaferrim, só para mencionar estas três, enquanto núcleo duro da sede do concelho.

Sem sinais de melhoria, preocupantemente pior, Sintra continua um concelho gigantesco e ingovernável, uma comunidade perfeitamente desorientada e à deriva, incapaz de defender o seu património civil, sempre na mira de negociatas, à espreita de mais outra manobra dilatória, como a novel SRU, que adia e mascara a proverbial incapacidade de resolução atempada de questões perfeitamente resolúveis.

Reabilitação, uma estratégia

É indesmentível a existência de um grave problema de alojamento na sede do concelho. Porém, não menos certa é a inevitabilidade de concretização de projectos nesse domínio de actividade, mas perspectivados no mundo da reabilitação do património degradado, onde cabem, não só o caso do Netto mas também o de tantas casas que, devidamente recuperadas, podem constituir alternativa muito interessante de oferta de hospedagem.

Hoje em dia, há cada vez mais viajantes, não turistas, se bem me faço entender, que procuram alojamentos de qualidade inequívoca, na casa dos trinta/quarenta Euros por dormida e bom pequeno almoço, frequentíssimos por essa Europa fora mas inexistentes em Sintra. No entanto, com adequadas medidas de incentivo à reabilitação de imóveis, é perfeitamente possível aumentar a oferta de emprego no sector e responder a muitas solicitações de alojamento, fazendo permanecer os visitantes, durante vários dias.

(Continua)

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