[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Arqueologia na A16


(conclusão)


O outro protagonista desta história é o Igespar. Compete-lhe, em nome do Estado, a salvaguarda dos bens patrimoniais que, para além dos já estudados, inventariados e em usufruto público, venham a ser detectados a partir de vestígios e postos a descoberto, como no caso vertente. Da eficácia da sua actuação muito depende o aumento, o benefício ou o desgaste e depreciação do património cultural.

Em Sintra, não poderá afirmar-se que, na actualidade, possamos dar nota positiva à actuação do Igespar. Basta lembrar o que está a acontecer em Seteais, nomeadamente, no que se refere à destruição do tanque e construção de uma inqualificável casa de máquinas, projecto que, no âmbito da actividade de acompanhamento das obras de recuperação em curso na propriedade, obteve o parecer favorável e autorização daquele organismo dependente do Ministério da Cultura.

Estamos certos de que, no caso da A16, a autarquia de Sintra não vai claudicar, uma vez que tem actuado com notável discrição, inteirando-se dos aspectos que importa considerar. É de esperar que o Igespar se renda à evidência de que a melhor solução, isto é, a única solução, passa por impor ao construtor a obrigação de respeitar os superiores interesses da Cultura.

É que não passa pela cabeça de ninguém que o Igespar, implícita ou explicitamente, se responsabilizaria por uma atitude de barbárie, contemporizando com jogadas de agendas apressadas, em que os calendários da referida construtora se confundiriam com os do ciclo eleitoral e, em particular, do partido político que suporta o governo do país.

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