A casa das Máquinas
(conclusão)
Dar a cara
Nas instâncias estatais, como as coisas não acontecem aleatoriamente, algum responsável do Igespar, em tempo oportuno, há-de ter despachado favoravelmente determinada informação/proposta, acerca da destruição do tanque e sua substituição por uma casa de máquinas, que certo técnico, terá submetido à consideração superior. Portanto, é tudo isto – quem, o quê, onde, quando, como e porquê – que importa conhecer.
Naturalmente, não se pode pedir ao Presidente do Conselho de Administração da Parques de Sintra Monte da Lua – empresa de capitais públicos que, só muito recentemente (desde 21 de Agosto último) tem competência sobre a concessão de Seteais – venha explicar uma situação que, eivada de controvérsia, lhe chega às mãos como envenenada herança.
E, reparem os leitores que, para o Prof. António Ressano Garcia Lamas, a questão é particularmente desconfortável uma vez que, há uns anos, foi Presidente do Ippar, ou seja, o mesmo instituto que, com outra denominação, precedeu o actual. Portanto, uma sua tentativa de intervenção, com o objectivo de se inteirar das razões que conduziram a decisão tão polémica, sempre seria entendida como interferência. Claro está que ele não me passou procuração. Mas isto salta aos olhos…
No entanto, sejam quais forem os institucionais meandros, impõe-se que, de uma vez por todas, haja quem dê a cara e explique o que ali aconteceu. Certamente, tendo em consideração a luta cívica a favor de Seteais, na sequência da série de conhecidos episódios a partir do intempestivo encerramento do terreiro pelo concessionário, ninguém pensaria, precisamente agora, que se passa uma esponja sobre o assunto.
Esta maquinação resultou na destruição de parte da nossa memória. Seteais deixou de ser o que era. Sintra está mais pobre e foi ofendida. Em substituição de um ingénuo tanque, plantado no Éden, a chancela do Igespar avalizou uma perfeita afronta. Então não concordam que isto tem de ser muito bem explicado?
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