[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 4 de março de 2009


Nan - di - nho?

Interessa-me começar por introduzir a noção de diminutivo enquanto substantivo que designa pessoa, animal ou objecto num contexto afectivo ou familiar. Neste caso, pode ser uma forma reduzida simples, por exemplo, por José, ou , por avó e avô, um segmento fónico repetido, como Dudu, Totó, por Eduardo, António, dois segmentos de vocábulos diferentes, no caso de Marri por Maria Rita ou ainda uma forma sufixada como em Aninhas ou Anocas por Ana.


Outros casos poderia mencionar mas, no vertente, basta-me este do registo familiar. E tudo isto a propósito de quê? Pois, muito simplesmente, porque um certo Fernando, reportando-se a um homónimo, conhecida figura pública, o referiu, tão carinhosa como familiarmente, por Nandinho. Os mais perspicazes, não duvido, já adivinharam quem são as duas personagens cá do burgo. Se assim for, por enquanto, mantenham o suspense uma vez que importa circunstanciar a cena.

A coisa passou-se no Portugal sem fronteiras, programa da RTP1, no dia 14 de Fevereiro, Dia dos Namorados. Trata-se de um produto de qualidade mais que duvidosa que, acreditem, nunca tinha visto. Mas, mão atenta e amiga, fez-me chegar uma gravação em cd, reproduzindo o tempo útil do contexto em que o tal Fernando fala do tal Nandinho.


Efectivamente, aquele programa é de uma indigência a toda a prova. Para além da circunstancial pobreza do discurso – que, adivinho, será uma das suas permanentes características – naquele dia, a alarvidade dominava. A menos que, para além da indigência, a alarvidade também seja constante e dominante. No segmento que visionei, e só dessa posso dar-vos conta, falava-se de Sintra.

Creio que assim sucederia, talvez explorando o estafado epíteto das românticas paragens, cada vez mais descaracterizadas (pela gestão de autarcas, valha-os Deus, muito pragmáticos e nada votados ao revivalismo romântico), no designado Dia dos Namorados, coisa de comerciantes oportunos que nada tem a ver com a nossa cultura. Portanto, nada a destoar e tudo condicente…


Tudo se passava sob a desbocada batuta de um Carlos Alberto Moniz que, embora nunca tenha sido bom em coisa alguma que publicamente mostrou, tudo leva a crer já terá passado os seus dias menos maus para, actualmente, assumir uma pose de fim de carreira, de animador de tretas ou, se quiserem, de entertainer de terceira classe.

Pois então, pelo meio de muita gargalhada forçada e gratuita, com umas queijadas e travesseiros sobre a banca à sua frente, o Fernando um, Cunha de sobrenome, sempre tratado como tal, com estes nome próprio e apelido de família, permitiu-se falar acerca de um super amigo (sic) um tal Nandinho que o Moniz – não fosse alguém mal entender – muito pressurosamente, logo esclareceu ser, nem mais nem menos, do que o presidente da Câmara Municipal de Sintra.

Ora bem, desconhecendo que o Professor Fernando Jorge Reboredo de Seara, ilustre Presidente da Câmara Municipal de Sintra, mantinha tamanha intimidade com o fabricante das queijadas, dirigente desportivo e Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro Penaferrim, fiquei a saber, de uma assentada que fora ele, o Nandinho, a convencer Fernando um, designemo-lo assim, no sentido de se candidatar à Junta, porque, para todos os efeitos, morava em São Pedro, razão bastante, parece, para que alguém se apresente a sufrágio popular e se transforme em autarca eleito…

Agora, posso eu começar a tirar algumas conclusões acerca de assuntos que, na minha santa ingenuidade e ignorância, não me passavam pela cabeça. Por exemplo, o caso do funicular que Fernando um, chama teleférico, ignorando ser este último inadequado ao lugar e coisa diferente. Lembram-se? Originou notícia não desmentida, no Diário de Notícias, nos termos da qual estaria iminente a construção de teleférico que, partindo do campo de futebol do clube de que é dirigente, se dirigiria à Pena.

Reparem que, projecto tão retumbante que, noutro qualquer município, mereceria o anúncio do presidente, quando não mesmo de três ministros, por exemplo, dos Transportes, do Turismo ou do Ambiente, aqui foi dado a conhecer pelo polivalente presidente-da-Junta-dirigente-desportivo-fabricante-das-queijadas. Bem fiquei eu embasbacado com tamanho manifesto de autonomia… Porém, depois de perceber quão íntimos eles são, imagino o que se terá passado nos bastidores.

Umas queijadas aqui, uns travesseiros ali, umas graçolas buçais à mistura com uns pontapés na gramática, Nandinho para cá, São Pedro para acolá, mais umas abébias subvencionáveis no curto, médio ou longo prazos, eis os ingredientes da receita a montante do mirabolante teleférico, que era coisa abortada à nascença, óptima para entreter Fernando um e todos os papalvos que, semelhantemente, fossem ao engodo.


Entretanto, quando melhor lhe aprouver, o institucional Presidente da Câmara Municipal de Sintra, Prof. Fernando Jorge Reboredo de Seara, em contexto formal qb, adequado à escala de um ambicioso projecto integrado de transportes e estacionamento, há-de anunciar um grande dispositivo sistémico, nos termos do qual, será referido não só um, para a Pena, mas também, provavelmente, mais dois funiculares, em distintas encostas da serra, que possibilitem um fácil e despoluído acesso aos cumes, com estações intermédias e tudo…

Claro que é apenas outro cenário, cuja probabilidade de concretização será tão nula como a do anunciado por Fernando um. De qualquer modo, sempre teria outra dignidade, embora a cerimónia pudesse rematar com um bom Collares e umas queijadas.

E, finalizando, já repararam que, em Cascais, outro galo canta? Porque será que, por aquelas tão vizinhas e próximas bandas, ninguém aparece a reclamar intimidades com o Tonecas ou o perinhas do Sporting, isto é, presumíveis diminutivo e alcunha (não aplicáveis pela respeitabilidade devida) a António Capucho, paralelos alternativos do Nandinho e careca do Benfica? Pois é, em Sintra, com muita pena minha, jogar no popularesco, ainda dá votos.

Ainda em tempo. Afinal, implícita ou explicitamente, acabei por fazer publicidade às queijadas de Fernando Cunha. Embora nada tenham com isso, sempre vos digo que, no tocante às ditas, em primeiro lugar, prefiro as da Teresinha, seguindo-se as do Chico, perdoem-me a Teresa, da Casa Gregório e o Francisco de Almeida, da Casa do Preto, pessoas que muito respeito mas sem familiaridades. Desconheço se algum ou ambos são objecto de atenções do Nandinho. Nesta, como noutras coisas, penso que deve haver franca, honesta e equitativa distribuição…

E vós, leitores, o que pensais?

8 comentários:

Anónimo disse...

Professor,

Intervenho desta vez em total desacordo consigo pela imagem que o seu artigo faz passar do Fernando Cunha. Faço-o porque sou amigo dele há cerca de 20 anos e por isso o conheço bem.

Não quero dizer que concorde com tudo o que o Fernando faça ou diga, ou com algumas posturas públicas que por vezes adopta.

Depois de ler o seu artigo procurei o video do mesmo no site da RTP e tudo o que ele diz é verdade. É amigo do Prof, Fernando Seara, foi convidado por ele para se candidatar à Junta de São Pedro e está lá por paixão (estas referencias demoram cerca de 20 segundos). Tudo verdade. E uma coisa eu posso garantir (embora em mim acredite quem quiser): ESTÁ MESMO POR PAIXÃO. Ali e em qualquer lugar onde participa e participou, porque felizmente para ele a sua vida profissional chega-lhe para viver bem.

Algumas vezes neste espaço o Fernando já foi "atacado" por umas pessoas, defendido por outras, por isso apesar de eu poder apresentar-lhe aqui um rol de factos que provam que ele é uma pessoa honesta, séria e de bem, não o vou fazer porque além de não ser o espaço adequado, o Fernando Cunha é pessoa sobejamente conhecida por todos não precisando por isso de advogado de defesa.

Espero que compreenda a minha intervenção.

Um abraço,

Ricardo Duarte.

Sintra do avesso disse...

Meu caro Ricardo,

Mas que grande equívoco transparece da sua crítica ao meu escrito. Ora vamos lá ver se consigo esclarecer, mesmo à revelia da sistematização que o meu amigo teria direito, alinhavando umas dispersas considerações, prejudicadas pelo cansaço, fruto já do adiantado da hora.

Em primeiro lugar, exactamente como o Ricardo, também eu afirmo que 'é tudo verdade...'. Não escrevi qualquer mentira e o meu amigo confirmou-o através do visionamento que fez do documento que, igual e previamente, foi objecto da minha leitura.

Se o senhor está ou não está por paixão à frente dos destinos da autarquia, francamente não sei. Mas nada me induz a desconfiar do testemunho do Ricardo. Aliás, para a economia do artigo, a paixão do senhor, seja lá o que isso for, é coisa absolutamente lateral e despicienda.

Não tendo faltado à verdade, também não insinuei sequer que o referido senhor não é pessoa de bem, desonesta ou menos séria.

«Li» um documento e interpretei-o. Como tantas vezes tem acontecido, o que me motivou foi a análise dos comportamentos, através dos sinais, mais ou menos evidentes, que circunstanciavam e enquadravam os discursos, questões de uma certa morfologia que a semiótica ajuda a explicar.

Claro que não me abalanço à estéril tarefa da auto-dissecação do escrito. No entanto, nada obsta a que acrescente como, aquilo que vi e ouvi no cd, tenha acabado por emoldurar a indesmentível história do teleférico ou a inequívoca intimidade que o senhor afirma existir, tão bem documentada pelo patusco episódio do «Nandinho».

Por outro lado, tanto quanto me parece, o Ricardo terá desfocado o objecto essencial do escrito que, de todo em todo, não é quem designei como «Fernando um», afinal, apenas lhe conferindo a dignidade de algarismo, ainda que aposto a um nome. O tal «Nandinho», colado a todos os sinais e indícios que o diminutivo permite pressupor, esse sim, é que me interessou erigir como peça fundamental do texto.

Meu Caro Ricardo,

O «Nandinho» é uma figura pública à escala nacional, muito para além da circunstância efémera da sua qualidade de autarca, de uma das mais importantes Câmaras do país. É um caso muito sério de notoriedade e popularidade, um caso extremamente interessante para análise, tendo em consideração não só os media, que domina magistralmente, mas também as suas próprias características de personalidade cativante, a um tempo elegante e sofisticada, a quem, de vez em quando, deixa fugir o pé para uma chinela de que não precisa.

Por isso o título. Naturalmente, um título, lenta e interrogativamente silabado. «Nan - di - nho?». Na realidade, porquê, assim atirado para a praça pública? Para quem não conhece os meandros da insinuada intimidade, como é o meu caso [mas, pelos vistos, não será o do Ricardo], é natural que surja a interrogação. Mesmo que a referida intimidade, para além de publicamente insinuada, exista de facto, que implícita autorização do «Nandinho» prevalecerá para que «Fernando um» se permita publicitá-la com tanta displicência?

Enfim, mais um caricato e sintomático episódio das controversas relações entre futebol e política locais,tão bem ilustrado por um funicular a nascer de um campo de futebol?

A rede de possibilidades de interpretação será tão fértil e, mais ou menos pertinente, consoante as capacidades do leitor destinatário do texto. Se o escrito merece ou não tanto labor, isso é coisa que não me compete responder, na medida em que, para além da flagrante imodéstia, arriscaria ser tomado por juíz em causa própria...

Um abraço do

João Cachado

Anónimo disse...

Meu caro João Cachado,

Sinto-me no dever de o felicitar pelo texto em apreço, que enquadra, com o devido respeito, as pessoas envolvidas.

Ao nível pessoal, cada um tem as amizades, ou super amizades, que muito bem entende tal como as pode acabar quando deixam de o merecer.

No caso presente, longe de mim abordar, enaltecendo ou desvalorizando, a componente particular de quem quer que seja. Mas vamos ao campo político e, aí, há cautelas e respeitabilidades que podem ser colocadas em causa. Foi isso o que inferi do seu texto.

A idéia que guardo do tal programa de TV, que muito rapidamente desliguei, é que na qualidade de autarca (apontei e até me ri quando o Sr. Moniz falou de "um dos grandes representantes de Sintra") foram proferidas palavras que mereceriam reserva. Tanto mais que a população da freguesia (S. Pedro não é apenas aquele burgo nem Chão de Meninos) não beneficia nada com tão putativa amizade.

Para onde seguem então os benefícios? Uma pergunta que terá a devida resposta no seu tempo.

Um abraço,

Fernando Castelo

Anónimo disse...

Senhor Professor João Cachado,
Leio o seu blogue com frequência mas os multiplos trabalhos não me dão tempo para escrever. Faço-o agora, uns minutos antes do meu horário profissional.
O blog que faz análises correctas e críticas ajustadas é um meio de comunicação privilegiado para o relacionamento entre pessoas de uma mesma comunidade. Por sentir isso no seu blog, arrisco a deixar umas breves palavras.
Salvo opinião de outras pessoas que possam ser mais válidas, por vezes o ângulo de que são vistas é que distorce os pensamentos,boa parte dos benefícios para S.Pedro onde resido são destinados ao clube onde o presidente da junta também tem um cargo semelhante.
Há cerca de dois meses até foi feito um contrato ou coisa parecida para a junta pagar uma renda de 700 euros por mês para a guarda do autocarro e ele vai ficando quase sempre cá fora.O mesmo autocarro serve para transportar os futebolistas masculinos e femininos quase todos os domingos enquanto durar a época e nesses dias ninguém o pode requisitar.Quanto custa a manutenção, revisões, motorista à junta?
Aquela tão grande amizade talvez justificasse que a câmara municipal oferecesse um autocarro ao clube e depois que se governassem como entendessem.
Na última reunião pública da câmara até foi feita uma proposta para mais outro apoio ao clube do presdiente da junta, esta com um valor de 145 mil euros, constando que é para interesse da freguesia o que não pode corresponder à realidade.
Portanto, contrariando um pouco o que já aqui foi dito,alguém precisa de alguém para em nome de amizades obter alguns resultados.
Pela minha parte apenas entendo que a freguesia seja toda beneficiada ao contrário do que está a acontecer.
Creia o meu apreço pelo seu espaço temático,
Otília M. Inácio

Sintra do avesso disse...

Caro Fernando Castelo,

Muito obrigado pelo seu contributo. O senhor leu bem as minhas intenções e, por isso, me congratulo. Permita-me que explique esta nota de auto-comprazimeno.

O verbo, o discurso é tão «perverso» que a sua comunicação, isto é, a sua partilha em comum, pode suscitar as mais divergentes interpretações. E isto na melhor das hipóteses porque, não raro, havendo na proposta escrita qualquer ponta de equívoco, então pode suscitar mesmo desvios de interpretação totalmente enviesados.

Como muito bem sabe o Fernando Castelo - porque também comunica, nos jornais regionais, nos jornais digitais, na blogosfera - um importantíssimo princípio que o comunicador sempre deve ter presente, é que o destinatário da mensagem só entende aquilo que quer. Portanto, quanto mais aberto o discurso, quanto menos «controlado» em todos os azimutes, tanto mais pertinentes as hipóteses de fuga ao objectivo do emissor.

Até que ponto é que, com o texto «Fer - nan - di- nho?» algo me terá escapado que provocasse, no destinatário receptor Ricardo Duarte, um entendimento menos coincidente com o meu objectivo, ao fim e ao cabo, algo que não aconteceu com o destinatário receptor Fernando Castelo?

Esta também a grande incógnita de quem comunica através de discursos que, para si próprio, são sempre eficazes quando dados por terminados. Apesar de alguns elementos mais implícitos,do que explícitos, será que a minha mensagem corre o risco de ser desentendida ou mal entendida? Se, até aqueles que considero os meus «cúmplices» militantes, por vezes, me desentendem...

Enfim, veremos o «per»curso que fará este «dis»curso que o meu amigo acabou de comentar.

Um abraço

João Cachado

Anónimo disse...

Para lá das questões linguísticas, deveras pertinentes e primorosamente colocadas pelo Dr João,o que me ficou daquele programa de televisão, foi a sensação de incomodidade manifestada pela postura do interveniente-presidente de Junta, pela qualidade duvidosa do programa e pela intenção subjacente ao convite para estar presente numa emissão sobre o Dia dos Namorados, já que não sei se a sua participação se ficou a dever à efeméride, ao romantismo da data ou da vila de Sintra, às queijadas e travesseiros ou à sua dita «paixão pela Junta de Freguesia». Foi ambígua a distinção permitindo conjecturas, certamente injustas, de ter havido uma cunha para o homem aparecer, ter visibilidade política e meter uma "bucha" sobre a sua paixão pela actividade autárquica.Ao mesmo tempo, publicitou os seus produtos e disse ipsis verbis "a Câmara tem-nos apoiado imenso" (onde ficam as leis da concorrência?).
Como habitante da Freguesia de S.Pedro, fiquei triste pela menção que fez sobre S.Pedro,na qual referiu o que para ele,era importante na localidade, esquecendo o resto da Freguesia e, finalmente, a alusão ao Nandinho, desconcertante e lamentável.Só faltou,de facto, a referência à outra «paixão»do Presidente, essa sim, aberta e sinceramente assumida,no desempenho da outra e aí, concordo com o sr Ricardo Duarte,aí há paixão verdadeira, aquela do tipo:«eu tenho dois amores que em nada são iguais»,o 1º é mesmo a sério, o outro...está a mais.Ninguém pode ter verdadeira paixão pelo que faz, fazendo tão pouco.
Margarida Paulos

Anónimo disse...

Meu estimado Dr. João Cachado,

Não imaginará a alegria que senti ao saber destas novidades. Monserrate viverá comigo enquanto a lucidez me ligar à vida. Lá namorei e passei momentos de grande entrega à natureza, mas com que frequência e curiosidade espreitava para dentro do palácio a tentar lobrigar os sentimentos e a vidas que lá por dentro passaram.

Sou do velho tempo em que um guarda-florestal nos espreitava ao longo do dia e revistava as malas das senhoras não fossem levar lá dentro algum papo-seco (nome que evoluiu agora para bolas e outros).

Numa daquelas árvores,lá escrevi um dia o meu nome e o da minha namorada na época,sendo o nosso primeiro destino ir lá ver o crescimento dos nomes e data, seguindo depois para a cascata ou, lembra-se por certo, para os tanques que existiam no fim da encosta verdejante.

É a história meu caro, e talvez se aproxime o momento em que o túmulo etrusco (eram dois) possa regressar a Monserrate quando um museu dos parques existir. Há lá material para outro motivo de satisfação cultural - o museu. Há peças dos Capuchos, do Parque da Pena, da antiga serralharia.

Ao ler a sua crónica ficou-me a alegria da recuperação interior do palácio estar a ser feita e lá continuarei a ir sempre que possa.

Não encontrarei lá o meu nome e da minha mulher gravados, há tantos anos, numa das árvores que o tempo matou, mas tenho lá sempre o meu coração e os sentimentos do que é viver umas horas naquele espaço.

Um abraço e muito obrigado por ter trazido estas boas notícias.

Diogo Palha

Sintra do avesso disse...

Minha Cara Dra. Margarida,

Mais uma vez, muito obrigado por continuar a frequentar estas bandas.

Quanto ao amigo do «Nandinho», tenho a impressão de que ele é, tão somente... amigo do «Nandinho», para São Pedro empurrado pelo «Nandinho», e, pois claro, para não ir mais além, para mais não fazer do que o «Nandinho» dele esperaria.

Infelizmente, não conheço - e, pelos vistos, parece que não sou caso único... - resultados da sua tão acrisolada paixão por São Pedro. Socorro-me dos registos e o que retenho são as embrulhadas que vocês, os fregueses de São Pedro, de vez em quando, trazem ao conhecimento da comunidade, por exemplo, através deste blogue e da imprensa regional.

Das duas outras importantes freguesias da sede do concelho, onde ficam «as jóias da coroa», vamos sabendo de obras concretas das suas Juntas. De Adriano Filipe, em São Martinho, - também ele homem do football e, nesse domínio, com muito maiores responsabilidades que o seu colega de São Pedro - e do Casinhas, em Santa Maria e São Miguel, ambos presidentes sem empurrão do «Nandinho», vamos sabendo dos seus empenhos, sem que para aí andem pelas televisões a confessarem particulares paixões. De São Pedro, para além do absolutamente trivial, é o deserto.

Na realidade, depois de ter assistido àquela ridícula cena, protagonizada pelo amigo do «Nandinho» no «Portugal sem fronteiras», acabei por perceber as razões do nulo rendimento, resultante da tal paixão.

Valha-nos o patrono São Pedro! E, se necessário, recorra-se também a São Lázaro, por aí também tão abandonado. Em desespero de causa, como parece acontecer, aconselho sempre uma especial invocação a São Judas Tadeu, cuja intercessão como advogado dos impossíveis, suplanta todos os santos da hagiologia...

Um abraço do

João Cachado