[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Atenção:

Os leitores podem continuar os seus comentários ao Festival de Sintra. Basta aceder ao texto Revisão da matéria publicado no dia 18 do corrente.

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Pobres bancos…*


Desde dia 18, passada quinta-feira, o conhecido terreiro da Praça D. Fernando II, onde se realiza a feira de São Pedro, ficou mais aliviado – deixem-me usar a expressão –não porque haja menor concentração de feirantes mas, muito simplesmente, como efeito da remoção e deslocação de quase todos os bancos de pedra que, em determinadas zonas, há tantos anos, faziam parte do mobiliário urbano do recinto.

Entretanto, como se depreende, o espaço não está mais descongestionado. Nesta altura, pelo contrário, é inacreditável e até eventualmente perigosa a compactação com que nos deparamos, sem lógica, à trouxe-mouxe. Qualquer leigo ficará de cabelos em pé perante a insegurança reinante. Aliás, como não ficar preocupado com tantos cabos eléctricos anarquicamente pelo ar e no pavimento, botijas de gás desprotegidas, num daqueles quadros de terceiro mundo em que Sintra costuma ser tão fértil?

Então, o que dizer daqueles bancos, deslocados ali para o meio da feira, ainda com as pedras da calçada agarradas aos pés? Como justificar o destempero? Na ausência de plausível explicação, tudo leva a crer que se deveu à necessidade de ganhar mais uns palmos de terreno, expeditamente e a qualquer preço, numa atitude que, em seu perfeito juízo, ninguém ousaria promover.

Ainda que se trate de um desacato com efeitos apenas temporários, o episódio é totalmente inadmissível em latitude civilizada. Para todos os efeitos, tanto os bancos como a própria Praça D. Fernando II, enquanto peças integrantes e indissociáveis do património de Sintra, não podem estar à mercê de tais atitudes que a empobrecem e descaracterizam.

Alegadamente, terá sido por indicação ou sob o beneplácito do Senhor Presidente da Junta de Freguesia de São Pedro, que a manobra se concretizou e, afinal, num espaço cuja posse está afecta à Câmara Municipal de Sintra que é suposto cuidar da sua preservação. Naturalmente, já ao corrente da situação, a edilidade há-de pronunciar-se rapidamente. Com natural expectativa e curiosidade, ficamos aguardando a decisão que suscitará tão exemplar caso de exorbitância de atribuições.

*publicado Jornal de Sintra 26.06.09




2 comentários:

Fernando Castelo disse...

Meu caro João Cachado,

É verdade. A este propósito, no passado dia 18, escrevi ao Senhor Presidente da Câmara.

Embora não tivesse sido acusada a recepção, deduzi que esse pequeno pormenor se justificava pela presteza transmitida aos serviços no sentido da imediata recolocação dos bancos.

Lá estão abandonados, numa infeliz imagem para quem circula no recinto. Sem dignidade.

Aqueles bancos,para ali deixados de qualquer maneira, têm muito mais valor do que à primeira vista pode ser o nosso entendimento:- São espelhos reflectindo grotescas imagens da política.
Um abraço.

Anónimo disse...

Caro Dr João, cheguei agora dos festejos, onde fui pela primeira vez este ano e venho de lá estarrecida:tudo o que me tinham descrito é nada, comparado com o que pude constatar «in loco»:bancos arrancados com a calçada ainda agarrada,sem qualquer segurança, ali espalhados pelo recinto.Inacreditável...De facto,S.Pedro deve ser muito amigo das pessoas que ali vão, incluindo aquelas que a esta hora, já não se encontram nas melhores condições sobriedade, pois não imagino os danos que uma coisa com aquele peso, poderia causar, no caso de uma queda.Enfim...como foi possível e, segundo me contaram, com a autorização do Presidente da Câmara?A que tipo de autarca esta freguesia está entregue...
Margarida