[sempre de acordo com a antiga ortografia]

domingo, 14 de junho de 2009

Festival de Sintra 2009
Quarenta e quatro

(conclusão)

Contrapontos, a confusão

Ao fim e ao cabo, relativas à optimização da fruição estética do evento musical, estas considerações adquirem especial acuidade se articuladas com uma terceira vertente que a organização do Festival de Sintra decidiu introduzir, há algum tempo, com a louvável intenção de ir à conquista de novos públicos: os Contrapontos.

Já deverei ter escrito quanto baste acerca da ideia dos contrapontos para sentir que caio no pecado da repetição. Contudo, convém continuar lembrando que a lógica conceptual dos designados contrapontos – modelo concebido pelo Maestro Cláudio Abbado, enquanto director artístico do Festival da Páscoa de Salzburg – se define por uma coincidência com a composição polifónica(1).

Assim sendo, no sentido de perceber se a matriz do Festival de Sintra não é fruto do acaso, resultante de meter no mesmo saco propostas inarticuláveis e avulsas, claro é que se impõe proceder à articulação temática entre ponto e contraponto. É que, caros leitores, nem em Sintra, nem noutro sítio qualquer, é possível acolher a estratégia dos contrapontos sem que estes, ao nível do tema que os enquadra, definam em relação a que entidade do programa do festival se apresentam como contraponto…

Por outro lado, mesmo no quadro da actual proposta, para que as diferentes componentes do Festival se evidenciassem com o respectivo peso específico, igualmente imprescindível seria que, para além do quadro geral dos eventos, a organização tivesse disponibilizado três programas individuais, um referente à Música, outro à Dança e um terceiro aos Contrapontos. Como, infelizmente, assim não acontece, as soluções gráficas em presença não satisfazem este específico desejo de esclarecimento inequívoco.*

PS:

1. Monserrate e Pena, espaços dependentes da empresa de capitais públicos Parques de Sintra Monte da Lua, não foram contemplados. Que pena!
2. Claro que, não estando em causa a qualidade dos eventos, desejo o maior sucesso.


*Quando escrevi este artigo, antes do início do Festival de Sintra 2009, não estava disponível qualquer programa individual.



(1)vd. Quarenta e três, JS 06.06.08
e sintradoavesso, Quarenta e três, 30.05.2008

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro Dr. Cachado,

O Festival de Sintra
está a sofrer o efeito da falta de preparação de quadros que ocupam os lugares sem estarem habilitados. Veja o caso do Festival de Alcobaça e se alguém se atreve a apontar defeitos.
O Cachado bem conhece quem está à frente. Quem sabe, sabe.
Um abraço do
R.V.N.

Anónimo disse...

R.V.N. deve ter toda a razão. É muito fácil um ignorante deitar a perder o trabalho de muitos anos. Para mim isso também não é seriedade.
Cumprimentos

Heitor Pontes

Anónimo disse...

R.V.N. deve ter toda a razão. É muito fácil um ignorante deitar a perder o trabalho de muitos anos. Para mim isso também não é seriedade.
Cumprimentos

Heitor Pontes