[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 12 de agosto de 2009


Para meditar

"(...)
Hoje fui até à Vila e, como de costume, fiquei arrependido, porque só faz sofrer. As auto-caravanas lá estavam. Um militar da GNR disse-me que era complicado.... O trânsito engarrafado. As pessoas, em vez de passearem pela História, estavam ao monte a esperar autocarros para a Pena, para uns entrarem e outros ficarem à espera mais uns tantos tempos. Depois o carro chega e "enlata" os visitantes de Sintra, numa indiferença aos perigos que me envergonha.

Com tanta gente, o comércio não deve estar em crise, pois quis comprar uns livritos antigos e a loja estava fechada. Que raio de negócio, este de Sintra. Os caixotes do lixo lá estavam junto à Igreja. Tudo demasiado mau, meu Amigo. (...) mais 4 anos disto é uma tragédia. (...)"

Acabam de ler a transcrição da parte útil de um mail que ontem me enviou um amigo que, residente nos arredores, costuma acompanhar com interesse o que se passa em Sintra, tantas vezes coincidindo com as impressões que vou deixando nos textos publicados neste blogue.

Na realidade, mais quatro anos disto seria uma tragédia que, quero acreditar, os eleitores - num estado de apatia menos evidente do que se supõe - não vão deixar que aconteça. Por outro lado, felizmente, a hipótese de alternativa ao governo local é bem mais estimulante do que ao nível central...


1 comentário:

Fernando Castelo disse...

Ontem, ao ler a mensagem que recebeu de um amigo (que deduzo ser comum) fiquei a meditar no tema. De súbito, na leitura diária dos jornais, saltou-me - no Diário de Notícias - um breve artigo do Presidente da Câmara Municipal de Sintra, onde entre outras coisas refere a "base de um ambicioso programa de promoção turística e cultural".

Chamou-me especialmente a atenção o pedaço "Temos de ser capazes de envolver os visitantes, levá-los a viver Sintra".

Por vezes pergunto-me se vivemos na mesma Sintra, a que corresponde às frases bonitas da época em que por cá passaram Lord Byron e outros, pois não há referências a caravanismos no Parque Histórico, a contentores de lixo junto à paragem onde os visitantes aguardam transporte.

Terão Strauss ou Garrett convivido com aquela casa de queijadas, junto à CP, que ostenta ferros ferrujentos e cobertura ondulada de plástico?

Ou pelas casas tão sujas com pátios horríveis como se podem ver do alto da rua Miguel Bombarda?

Andersen passeou por debaixo da Rua dos Arcos?

Esses visitantes ilustres, que fizeram frases tão bonitas que agora se lhes agarram como lapas às citações, chegavam ao Ramalhão - A ENTRADA NOBRE DE SINTRA - e encontravam uma estrutura tubular com um pano, a anunciar a "Festa da Espuma"?

Talvez fosse bom primeiro lavar-se a cara disto tudo, aplicar os dinheiros na melhoria da qualidade de vida, desenvolver hotéis em vez de motéis (estes sim, têm sido aprovados), limpeza adequada. Depois publicitar o turismo.

Meu caro, podíamos agora abordar outros temas, mas já chega.

Um abraço,