João Cachado - Sintra
Exposição muito mista
Em dia de chuva, sair de casa é algo que tem de ser muito bem justificado. Assim sendo, se me permito vir desassossegar-vos para irem até ao Maggie´s Tea Spot é porque, de facto, vale a pena.
Com materiais tradicionais tais como lãs, algodões, sedas, pedras, metais, papel, barro e outros produzidos pelas próprias artistas, Ana d’Oliveira, Emília Reis e Anna Westerlund propõem articulações extremamente originais em que o bordado é comum traço de união.
Não me compete e, aliás, nem sei como faria a promoção da exposição que, sendo hoje inaugurada, pelas quatro da tarde, vai permanecer até dia 29, naquele espaço tão interessante, à Rua da Costa do Castelo, 1 em pleno casco do centro histórico de Sintra. Todavia, julgo saber onde pára o bom gosto e a sofisticação de uma Arte que, cada vez mais, conquista adeptos rendidos aos encantos da mistura de suportes.
É nesta linha das técnicas mistas que estas três amigas trazem propostas estéticas cuja sinceridade é tão discreta como surpreendente. Trata-se de coisa séria, Arte mesmo, que não pode confundir-se com certas coisas que para aí se vendem, fingindo algo que, na verdade, não são. É uma Arte que se consome, que, nuns casos, se veste sobre o corpo, noutros se escreve, noutros serve de adorno a lugares que, sem eles, não têm graça nenhuma.
Vão. Mas não confundam. Apesar de se anunciar como afim do tipo de venda de Natal, não esperem um vulgar comércio de ocasião, assim como coisa expedita em época tão propensa ao rápido negócio de vão de escada. Vão até lá, em busca de um presente para gente especial ou, então, concedam-se o privilégio de uma daquelas peças.
Ah, é verdade, verão como os preços até ficam muito aquém do perfil dos artefactos cujo anúncio aqui vos trouxe. E, vamos lá, como as autoras de todas aquelas peças absolutamente únicas, convidam para um bom chá, hoje mesmo ou numa das próximas tardes outonais, parvos seríamos se não aproveitássemos o ensejo.
PS:
Só um pormenor. Não ficaram curiosos, por exemplo, quanto à proposta da sintrense Emília Reis? Sendo ela a mais acérrima defensora da causa da Condessa d’Edla, talvez não se enganem se imaginarem que, por ali, ainda andará a mão da senhora…
3 comentários:
Caro Dr. João Cachado,
Aqui volto ao «nosso» blogue. Então vou aproveitar a sua sugestão. Pelos vistos, até sou capaz de dar de caras com o fantasma da cantora que para casar com o rei teve de ser promovida a condessa. Se não apanhar um grande susto tomo um chá com a senhora... Mas com a crise não sei se me sobra alguma coisa para compras.
Abraço de amizade,
Artur Sá
Estive lá e ADOREI! Vale mesmo a pena! Obrigada pela sugestão João! :) beijnho. Margarida.
Senhor Artur Sá,
Pode deslocar-se sem qualquer receio, ao Maggie's Tea Spot para tomar, comigo, um bom chá, quentinho, que, com muito prazer lhe ofereço. Asseguro-lhe que não vai apanhar nenhum susto.
Quanto à Condessa d'Edla, existe, como é obvio, um certo exagero no PS do João Cachado. Mas, até o entendo, na medida em que nunca será demais aproveitar qualquer oportunidade para falar daquela Senhora, a quem Sintra tanto deve, sobretudo este ano em que se completaram, no dia 21 de Maio, 80 anos sobre o seu desaparecimento, sem que essa efeméride tivesse sido assinalada pelos poderes de Sintra - a Câmara Municipal e a Parques de Sintra Monte da Lua.
Com os meus cumprimentos.
emília reis
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