[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

“DEDICAÇÃO”? AO MÁXIMO!!!

S. PEDRO NÃO ESPERAVA TANTO...

(...) temos enfrentado com toda a honestidade, frontalidade e força de vontade empenhados em melhorar e dar qualidade de vida a todos os que habitam nesta zona, uma freguesia mítica e linda onde dá vontade de viver.” (Mensagem do Presidente da Junta de S. Pedro de Sintra).

A Praça D. Fernando II é uma das zonas mais nobres não só do centro histórico de S. Pedro, mas também de Sintra em geral, exigindo o maior empenho dos autarcas para a preservação da sua dignidade.

Por isso, aquando dos festejos populares de 2009, causou espanto que alguns antigos bancos de pedra que existiam na Praça tivessem sido arrancados e por ali ficado. O acto foi justificado como “para melhor funcionamento dos stands”. Isto é, eliminou-se um bem público para benefício ocasional dos “comes e bebes”.

Quatro dos bancos retirados do local










A sanha anti-bancos não foi total. Talvez para salvaguardar a “mítica e linda” história local, o único banco danificado e de impossível usufruto, manteve-se no seu lugar.

Este banco, sim, ficou no local











Como este mobiliário urbano é propriedade da Câmara, o despautério foi transmitido ao respectivo Presidente (em 18.6.2009) para “(...) fazer inverter a situação” (...) “explicando – se tanto se tornar necessário – as regras e padrões pelos quais um Presidente de Junta se deve nortear (...)”. Até hoje, nenhuma “dedicação” foi dedicada a responder.

Acabados os festejos, os bancos arrancados (em bom estado, como as fotos provam) deixaram de ser vistos, receando-se por um acto condenável de usurpação.

No Ofício nº. 831/09, de 30.7.2009, o Presidente da Junta garantia que “(…) os mesmos estão guardados no armazém da Junta, pois iremos fazer uma experiência com outro modelo de bancos, caso não resulte, os mesmos irão ser repostos (…)”

Esta garantia acabou por se revelar como não correspondente à realidade, já que, uns dias depois, se detectaram dois desses bancos no estaleiro de uma respeitável Instituição, a qual – felizmente – os recolheu para não os deixar ao abandono.

Os bancos que foram protegidos











Entretanto, o tal banco danificado manteve-se firme no seu lugar, até que há poucos dias foi recuperado da forma que seguidamente se ilustra a quantos gostem de apreciar estas expressões plásticas…

O banco recuperado...











Registe-se que os bancos retirados nunca mais voltaram ao seu antigo local.

Se nos lembrarmos do que foi relatado neste blogue em 22 de Agosto, sobre a Fonte da Estefânia que foi levada há quase 3 anos, não restam dúvidas de que estamos perante evidências isoladas de um mal que alastra como mancha de óleo mas que não passam de sintomas de uma doença generalizada a vários níveis, cuja patologia envolve a falta de competência, a cultura do desleixo institucionalizada que tudo mina e contamina.

Depois disto, ainda haverá dúvidas sobre o diagnóstico da “Dedicação”?


Fernando Castelo

10 comentários:

António Pinto disse...

Sr. Castelo,

Sou freguês de S.Pedro, conheço o caso e dou-lhe os parabens. Tanto o presidente das queijadas como o presidente Nandinho do Benfica estão bem um para o outro nestas trocas e baldrocas. Como o sr. diz isto não é só um problema isolado ou daqui de S. Pedro. Olhe a Rua dos Arcos e todo o centro histórico em São Martinho, e a Correnteza da Estefânia que é uma desgraça em Santa Maria onde reina o bancário Casinhas. São todos muito dedicados mas como diz o povo, coçam é pra dentro...

António Pinto

António disse...

Comentários para quê? As fotos ilustram bem as realidades, são a prova real do desleixo que se vive em Sintra, na Freguesia de S.Pedro e um pouco por todo o Concelho, mas, sempre ouvi dizer que"o pior cego é aquele que não quer ver".
Os meus concidadãos ou pararam no tempo ou perderam a alegria de viver com qualidade, parecem estar conformados com as ofertas, e pior, começam a sentir-se bem a viver mal. São demasiadas já, as denúncias de tanta aldrabiçe.
A demência deste povo(que é sereno)
pouco se interessa do passado de Sintra, estão desiteressados do presente e nem sequer têm projectos para o futuro.
Quanto aos bancos, veja-se, saiu mais barato fazer um atamanco,
do que trocar o que estava partido por um daqueles bons, que teve guia de marcha sabe-se lá para onde.
António S.

Anónimo disse...

Que dizer sobre este post do amigo Castelo?Na Assembleia de Freguesia e em campanha eleitoral, o Dedicado Presidente Fernando Cunha declarou que os bancos referidos titinham sido retirados e estavam guardados num armazém da CMS.Depois afirmou que iriam ali ser colocados novos bancos, mais de acordo com as opções estéticas da Junta e da CMS,para aquele local.Meus amigos, estas eram afinal,as surpresas previstas, consentâneas com tais opções estéticas e de preservação do património.
Meus amigos, estes são os maravilhosos autarcas aos quais, reiterada e repetidamente, entregámos o nosso concelho.
Margarida Mota

Rita Soares disse...

Ó senhores q vergonha.Então os bancos antigos não podiam tirar um para substituir este?A menos q já nem saibam dos bancos antigos o q devia ser investigado.Gente assim só ajuda a q se tenham dúvidas sobre os autarcas.

Fernando Castelo disse...

INFORMAÇÃO IMPORTANTE

No artigo do dia 2 deste mês,com o título "TURISMO-Fora! Fora! Com tal "Dedicação", foi referida a falta de toalhetes nos sanitários do Centro Histórico (Calçada do Pelourinho).

Tal facto (aliás como outros) foi previamente comunicado à CMS em 10.8.2010.

No passado dia 7.9.2010 recebi a resposta de que retirei a seguinte informação:

"Relativamente ao problema apresentado via E-mail a 10-08-2010, incumbe-me a Sr.ª Directora do Gabinete de Apoio ao Munícipe e Controlo de Processos, informar V.Exa., que após diligências efectuadas junto do Departamento de Ambiente, Serviços e Gestão Urbana, procedeu-se à colocação de um dispensador de papel para mãos."

É com todo o gosto que divulgo a resolução do problema.

Fernando Castelo

António S. disse...

Obrigado Sr. Castelo, os turistas ganharam, mas Sintra também. Vale sempre a pena insistir, para mais quando a razão nos assiste.
Também é verdade que estas coisas incomodam quem tem a responsabilidade deste serviço, mas, para se estar noutros locais a contemplar as estrelas, alguma coisa vai ficar para trás.
O Concelho de Sintra necessita de muitos Fernandos Castelo.
Parabéns ao Sr. e a este blog.
António

Anónimo disse...

Por aquilo que tenho observado, para este autarca e seus apêndices, Sintra é apenas aquela faixa de calçada que vai da CMS às Queijadas da Sapa. É vê-los por lá pavoneando-se nos seus belos fatinhos com uns sorrisos do género, somos a elite que vos governa, aguentem-se! Estamos mal, muito mal servidos!

Anónimo disse...

Agora há bancos normalissimos às tirinhas de madeira.

Anónimo disse...

Sr. Castelo

Parabéns ao Sr. e a este blog.

É a fonte, são os bancos...

Será que me sabe responder a uma pergunta... Alguns anos atrás visitei o que se chamava Museu Regional de Sintra no edifico do turismo na Vila de Sintra. Onde se encontra esse acervo?- Lembro-me de alguma pintura a óleo, de colecções de objectos arqueológicos e também de objectos ligados a Historia Natural. Esteve durante tantos anos exposto de modo permanente nesse espaço, com certeza que pertence à Câmara Municipal de Sintra...

Carlos Santos disse...

Quem acode a Santa Eufémia?
Nos longínquos dias 30 de Abril, e 1º de Maio de 1977, foram inaugurados os melhoramentos, realizados no designado "BERÇO HISTÓRICO DE SINTRA".
Com muito esforço dos Sanpedrinos encabeçados pelo já falecido António Lage, "um trabalhador incansável nas obras de Santa Eufémia", in JORNAL DE SINTRA de 17/6/77.
Mete dó ver tanto trabalho e dedicação ao fim de tão poucos anos estarem absolutamente votados ao abandono, e, à mercê de não se sabe bem de quem.
As instalações foram ocupadas e ninguém toma providências, a degradação patrimonial é uma constatação!
Como é algo que está para lá escondido fora do olhar dos passantes, ninguém quer saber, nem a Igreja nem a Junta de Freguesia.
Quantas autarquias desejariam ter um bem daqueles na sua posse para poderem levar lá os turistas para verem aquela vista deslumbrante.