[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 29 de novembro de 2010


Empresas municipais de Cascais,
mais um recado para Sintra

Relativamente ao último texto aqui publicado no passado sábado, acerca da supressão de empresas municipais em Cascais, importa ainda acrescentar um elemento deveras importante o qual não deixa de confirmar a posição que venho defendendo quanto ao destino do pessoal que, ao serviço de tais entidades, não tem vínculo definitivo.

O melhor será transcrever as declarações de Carlos Carreiras, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Cascais, ao Jornal da Região da semana passada. Prevendo que a reestruturação em apreço deverá estar concluído até ao final do primeiro semestre de 2011, considera tratar-se de “(…) uma racionalização de meios, não uma redução de pessoal. (…) Foram feitos esforços para não reduzir o pessoal que tem contratos com as empresas, mas não posso garantir quem está a recibos verdes. (…) Se tenho dois assessores de imprensa diferentes, não vou precisar deles. Vou só precisar de um (…)”

Enfim, para bom entendedor… Mas, se assim não fosse, poderia falar-se de reestruturação? De facto, tal como tenho escrito, há que considerar a inequívoca defesa dos interesses dos trabalhadores mas sem transigências que mascarem os propósitos da operação de saneamento das finanças municipais.


Quem for considerado em excesso terá de regressar ao mercado de trabalho e aguardar por nova oportunidade de ocupar um posto à altura das características pessoais do seu perfil pessoal e currículo profissional. Na realidade, aliás, sempre assim foi. O que me deixa deveras perplexo é deparar com quem tem o despudor de defender, não só coisa diversa mas também o contrário.

De facto, trabalho é trabalho. A beneficência, o nepotismo e tão ou menos dignos afins e similares, fazem parte de um rol de manobras e práticas pouco ou nada recomendáveis nas relações entre quem oferece e quem procura trabalho. Neste contexto, insurjo-me, em particular, contra o que se passou nas empresas municipais, recrutando os boys e as girls que bem entenderam, em função dos cartõezinhos e recomendações.


Vamos esperar seja capítulo definitivamente encerrado. Basta! O remédio está à vista. Cascais está a dar um belíssimo exemplo de respeito pelos munícipes ao pretender rectificar uma situação que abusava das verbas que os cidadãos colocam à disposição do município para serem geridas com a máxima eficácia e, portanto, com a parcimónia que a tudo deve presidir. Ora bem, os bons exemplos só podem e devem ser seguidos...


7 comentários:

Lopes Rodrigues disse...

De facto, o Capucho é outra coisa. Para todos os efeitos, estas coisas dos berços em que se nasce, ainda determinam muitas atitudes das pessoas. Em Cascais também têm a sorte de ter um bom gestor como vice-presidente.
Na realidade, vamos a Cascais e as diferenças são evidentes em relação a Sintra. Mas Mafra e Oeiras onde os executivos são do PSD tudo é melhor do que em Sintra. Deve ser a praga que falam...
Lopes Rodrigues

Álvaro Trigo disse...

Boys, girls, cartõezinhos e as mordomias a que têm direito como automóveis da empresa, cartão de crédito para despesas de representação, telemóvel, etc, tudo isso sai do nosso bolso. Esses gajos quando se sentam a comer um almoço durante a semana de trabalho devem pensar nos desgraçados dos munícipes que lhes pagam as sopas e os copos.
Se fossem funcionários das câmaras, não tinham essas
vantagens só acessíveis aos chefes, vereadores, etc.
Portanto é tudo para
acabar a ver se há moral.

Álvaro Trigo

Teresa Mendes disse...

Desculpe mas a questão não está bem focada. O que Capucho faz em Cascais só é elogiado porque
ao comparar com Sintra a gestão
do Seara é um horror.
Portanto, as medidas normais de Cascais passam a ser
consideradas extraordinárias...
Teresa Mendes

Anónimo disse...

No comentário de Lopes Rodrigues refere-se que Capucho é outra coisa e que o berço em que se nasce, etc e tal. Pois é em Cascais também como em todo o Portugal quem nasce em berço de ouro ou de cor de partido do arco do poder estará sempre bem. E isso só não vê quem não quer. Joana M. Carvalho

Henrique Serra disse...

Os elogios ao Presidente António Capucho são sem dúvida merecidos. Aumentou o número de empresas municipais mas verificou que o
resultado era negativo e recuou. Só os burros não mudam.
Vai poupar um milhão de euros a Cascais enquanto Sintra
vai continuar com a asneira.
Em Sintra os burros ainda
continuam na engorda.
Henrique Serra

Anónimo disse...

O grande problema até nem são os presidentes das câmaras. Havendo boas assembleias municipais
eles não fazem as asneiras
que querem. Agora quando
os presidentes das câmaras
dominam as assembleias
aí a porca torce o rabo.
O caso de Sintra é exemplar
com o PCP (CDU) a fazer
os fretes todos ao Seara
para não perder os SMAS.

Rui Lima disse...

Para que uma Assembleia Municipal funcione é preciso haver democracia participativa. Como os cidadãos estão alheados, os deputados municipais não se sentem escrutinados e eles próprios não controlam o executivo. Em Sintra a AM é nitidamente manipulada pelo executivo. Esta é a verdade triste da situação. Isto é o que acontece por todo o país porque se vive uma democracia de farsa.
Rui Lima