[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 30 de agosto de 2011



Monte Santos
e a vontade democrática


Quando, em Outubro de 2008, a questão se colocou, manifestei-me contra o projecto do loteamento em Monte Santos que, agora, foi viabilizado pela Câmara Municipal de Sintra, no sentido de concretizar a construção de um hotel de cinco estrelas, trinta moradias e zona comercial.

O imperativo de participação cívica que, há três anos, me levou à posição que assumi, juntamente com uma série de cidadãos e associações de Sintra, subscrevendo uma carta aberta dirigida ao Senhor Presidente da Câmara Municipal de Sintra, foi suscitado por uma série de argumentos contra o projecto em apreço. Entretanto, cumpre assinalar que, durante três anos, nada sucedeu que, sequer minimamente, possa ter alterado o quadro inicial.

Neste momento, apenas resta render-me perante a vontade expressa pelos eleitos municipais acerca deste assunto. Rendo-me, democraticamente, sem qualquer acrimónia, uma vez que, num Estado Democrático de Direito, prevalece a submissão à vontade da maioria.

No entanto, o mesmo Estado Democrático de Direito, também se caracteriza pela prevalência do princípio segundo o qual as maiorias deverão resultar da vitória, ou seja, do vencimento dos mais pertinentes argumentos, ao serviço dos mais justos e lúcidos propósitos…




5 comentários:

Anónimo disse...

Com a crise, vai-se a ver e o promotor acaba poor não conseguir concretizar o projecto.

Anónimo disse...

Monte Santos existe e vai para a frente. Quanto à vontade democrática é que eu tenho dúvidas sérias.

Pedro Rodrigues disse...

Neste caso não haverá qualquer hipótese de acontecer a mesma coisa que na Quinta do Relógio? Talvez o Presidente da Câmara tenha um rebata de consciência.

Pedro Rodrigues

Conceição Lopes Alves disse...

Caro Prof. João Cachado,

Não percebo a importância especial de Monte Santos quando Sintra tem tantos problemas por resolver. Nunca será demais insistir na questão do estacionamento. É quase criminoso não fazer nada sabendo quais são as soluções. Com amizade
Conceição Lopes Alves

Carlos Santos disse...

Cá na terra há uma certa tendência para colocar um travão a tudo o que é novidade.
Foi assim, com o teleférico que é falado desde o início do Séc. XX, foi assim com o estacionamento, foi assim com o projecto dos SMAS, para o aproveitamento da Cadeia de Sintra, que esteve anos na maior degradação até que a Cãmara lhe deitou a mão. E outos, que não vale a pena enumerar.
Sintrenses, filhos da terra e outros que para cá vêm, têm muita tendência para deixar tudo como está. Talvez por isso, o estado actual, seja uma pouca vergonha. Não há onde arrumar um automóvel, quem nos visita ao chegar a São Pedro depara-se logo com uma fila de carros até à Vila, e encurralados ali, esperam horas até chegar ao Centro Histórico, depois estão mais um bom bocado até ter lugar para estacionar, e acabam por fazê-lo nos locais mais inconvenientes.
Os dirigentes camarários, são lentos a tomar resoluções, a actuar, e a olhar pela Vila, porque aqui há poucos votos, as melhorias vão para onde há muita gente, enquanto o Centro histórico, espera eternamente.
Sintra precisa, de quase tudo, que mal faz um hotel naquela zona? Levantaram-se estas vozes quando os japoneses compraram a Penha Longa, e de uma propriedade mais que centenária fizeram a urbanização e o Hotel que lá estão hoje? Está em plena laboração, é uma mais valia para o concelho, e é melhor que estar mais uma quinta abandonada, como a que está em discussão.