[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 16 de agosto de 2011


Um banco assim?
- crer e querer...

O texto que se segue é a transcrição ipsis verbis do que me chegou por mail, através do capitão de Abril, Coronel António Manuel Cachado Pessanha de Oliveira, meu primo, a quem agradeço a oportunidade de poder partilhar mensagem tão interessante. É por aqui que se consubstancia a esquerda democrática, católica, progressista, com a qual me identifico.

Tantas são as causas em que nos empenhamos, sem o horizonte de certeza e eficácia desta, que apetece estimular esforços a fim de concretizar um projecto congénere que só pode estar condenado ao sucesso...

"A razão porque este tipo de banco não se instala é a mesma razão pela qual os donos do actual sistema colocam os seus empregados bem comportados no poder político.

Um banco que não cobra juros nos empréstimos! Era uma vez uma cooperativa com 36 500 membros que também eram proprietários de um banco no qual esses membros emprestavam dinheiro uns aos outros sem taxa de juro. Não se trata de um conto de fadas, esse banco existe, situa-se na Suécia e chama-se JAK Medlemsbank.

Além de ser uma banca, esta associação é sobretudo um movimento social criado em 1965 e reconhecido oficialmente como banco em 1997. Este sistema financeiro inovador está assim muito próximo da economia real, não necessita de ir buscar dinheiro nos mercados financeiro, prova que é possível emprestar dinheiro sem juros e que existem soluções para uma sociedade mais justa.

O sistema é relativamente simples, um associado que necessita de um empréstimo, terá, ao mesmo tempo que o reembolsa mensalmente, de criar uma conta paralela de poupança de igual montante durante o mesmo período do empréstimo. No fim, quando acabar de pagar o empréstimo, poderá levantar a totalidade dessa sua conta paralela de poupança. Durante esse período, o banco vai utilizar essa conta poupança para financiar outros associados.
No final o empréstimo não terá sido sujeito a qualquer taxa de juros.


Um exemplo prático:

Um dos sócios, com um depósito nulo no banco, necessita de 14.000 euros para um período de 11 anos. Vai ter de pagar:
-15 euros por mês de despesas de funcionamento
-106 euro por mês de reembolso do empréstimo
-106 euros por mês numa conta poupança obrigatória

No total deverá pagar por mês 15 + 106 + 106 = 227 euros por mês. Ao fim de 11 anos, o empréstimo estará pago e simultaneamente, a sua conta poupança terá 14.000 euros, que poderá levantar ou deixar para a eventualidade de ter de vir a pedir outro empréstimo e nesse caso terá que criar uma conta poupança obrigatória de um montante inferior.

Numa economia como a nossa, baseada nas taxas de juros, o dinheiro é transferido dos mais pobres para os mais ricos, até se concentrar nas mãos de uma minoria. Actualmente a massa total do dinheiro que circula no mundo, é constituída, quase exclusivamente, pelo dinheiro proveniente das dividas e das suas taxas de juros.

Este dinheiro especulativo não assenta em qualquer valor real, isto é em bens e serviços. É o crescimento exponencial dessa massa monetária especulativa que irá acabar por atingir um ponto de rotura e provocará o desmoronamento da economia mundial tal como a conhecemos actualmente. Esta iniciativa bancária prova que é possível construir uma economia sustentável e mais equitativa."





3 comentários:

Filipe Sá disse...

Na realidade, muito curioso. Caso para ser estudado por organizações como as Misericórdias Portuguesas, grandes cooperativas etc, com muitos associados. Até os clubes e as federações podiam estudar a maneira de concretizar esta modalidade bancária.
Filipe Sá

Pedro Soares disse...

Os verdadeiros banqueiros ainda encomendam uma carga de pancada a aplicar-lhe pela ousadia de andar a divulgar estas ideias subversivas...
Pedro Soares

Conceição Martins disse...

A Igreja Católica é que devia abrir um banco como este e acabar com o IOR...

Conceição Martins