[sempre de acordo com a antiga ortografia]
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Mozart,
a última saída
Em Novembro de 1791, esgotado quando começara a compor o Requiem, Mozart sofre de depressão e alucinações, tendo-se convencido de que fora envenenado. Anima-se com o sucesso da sua Kleine Freimauer Kantate, K. 623 (Pequena Cantatata Maçónica) que é interpretada na Loja Zur neugekrönten Hoffnung (“Esperança Coroada”) no dia 18 desse mês, faz hoje duzentos e vinte anos.
Terá sido, não só a última vez que saiu de casa, mas também a última vez que dirigiu uma obra da sua autoria. Aproveitaria a oportunidade para esclarecer que, à luz da mais recente investigação, tudo leva a concluir que, efectivamente, não será de Mozart a autoria de uma peça sobre um momento particularmente importante no final de cada reunião nas lojas maçónicas, ou seja a designada “Cadeia de União”.
A obra em questão, Lasst uns mit geschlungnen Händen, (De mãos entrelaçadas, Irmãos) figura no catálogo Köchel com o número 623 a., foi editada a pedido de Constanze, a viúva, mas não faz parte dos autógrafos de Mozart. Terá sido cantada no fim dos trabalhos daquela sessão de 18 de Novembro mas nada tem a ver com a outra que Mozart dirigiu: o tom é diferente e, muito provavelmente, terá sido composta por outro Irmão, também músico, daquela loja.
Na realidade, esta data marca o princípio do fim. Já muito debilitado, no dia 20, recolhe ao leito. No princípio de Dezembro sentiria ligeiras melhoras e, a 4, até conduzirá um pequeno ensaio do Requiem, que compôs até aos célebres oito compassos do Lacrimosa. Morreria ao princípio da tarde do dia seguinte, às doze e cinquenta e cinco.
Finalmente,
ainda vos deixo com uma gravação da peça cuja autoria ressalvei. No YouTube, encontrei esta leitura da obra, que não respeita o acompanhamento a órgão, através da qual, em compensação, bem se ouvem as palavras que, na realidade, se adequam ao momento que os Irmãos Maçons partilham.
Se tiverem curiosidade, aí fica também uma tradução pessoal, para melhor acompanharem a mensagem constante da gravação.
De mãos entrelaçadas, Irmãos,/Terminemos estes trabalhos/Com expressões de júbilo./Que esta cadeia abrace firmemente a Terra inteira/Tal como acontece neste lugar sagrado.//Que o nosso primeiro dever/Sempre seja honrar a virtude e a humanidade/E ensinar o amor a nós próprios e aos outros./Então a luz não brilhará/Somente no Oriente nem só no Ocidente/Mas também no Sul e no Norte.
http://youtu.be/fAtw_SbYHjg
"Lasst uns mit geschlungnen Händen" by Mozart. The Fort Lewis College Men's Choir http://www.youtube.com/
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