Negócio da China*
Perante manifestações de júbilo que apanharam políticos, banqueiros e gestores de copo de espumante na mão, celebrando o negócio da China, porque será que só consigo pensar nos milhões de crianças que, na China, não têm qualquer motivo para sorrir e cantar?
A ninguém responsável convirá lembrar que o dinheiro com que a Three Gorges vem pagar a parte do capital da EDP que acabou de comprar, provém de um país que se permite financiar-se e capitalizar através de muitos milhares de milhões de horas de exploração de trabalho infantil, da mais gritante e escandalosa privação dos direitos humanos e de monumentais atentados contra o equilíbrio da natureza?
São realidades que parece não perturbarem a digestão de ministros e banqueiros da treta que, despudoradamente, 'passam por cima'. Corre o espumante, fazem-se negócios que tais porque, afirmam, se agarrou aquilo que designam como «abertura de uma janela de oportunidade única». E, pronto, toca a banda!...
Quando o governo português resolveu dar esta vantagem aos chineses, esqueceu que podia ter dado uma «lição europeia» ao velho continente e esteve nas tintas para a ética que deve imperar na decisão política. Ética? Neste e noutros quejandos casos? Bem, no último dia do ano, o que eu devo é não estar bom da cabeça...
*Texto publicado no facebook em 31.12.11
1 comentário:
Transcrição de comentários do facebook
Luis Miguel Correia Lavrador, Maria De Fátima Ribeiro, Dina Baltazar e 11 outras pessoas gostam disto..
João Trindade Duro
Como sempre assertivamente BRILHANTE
Ontem às 9:00
Natalia Carvalho Eu também não quero ficar amarela e olhos em bico!!!Bom Ano Professor♥♥♥
Ontem às 12:59
Guilherme Duarte Bem comentado.
Ontem às 12:59 · uma lição
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