[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 21 de maio de 2012



Segovia,
prodígio dos prodígios


(inicialmente no fb em 12 do corrente)

 
Andrés Segovia (Linares, 1893 — Madrid, 1987) costumava dizer que se apropriara da viola dos ciganos tocadores de 'flamenco' para a levar aos grandes auditórios da música erudita. Foi dedicatário de obras de compositores tão ilustrtes como Turina, Villa-Lobos, Castelnuovo- Tedesco e Pedrell.
Mas, de facto, a tal apropriação do instrumento não foi assim tão linear como possa parecer. Segovia entendeu perfeitamente as limitações acústicas das guitarras existentes cujo volume de som produzido não se adequava às grandes salas e não descansou enquanto não melhorou o que era possível.

Este grande mestre foi absolutamente determinante para a definição do instrumento que hoje conhecemos como guitarra clássica, cuja génese também contou com a colaboração de outro virtuoso, Miguel Llobet (1878-1933), tendo envolvido um famoso construtor de instrumentos de corda dedilhada, o luthier de Munique, Hermann Hauser (1882-1952).

Esta guitarra passou a ser manufacturada com as melhores madeiras, adquirindo um formato ligeira e imperceptivelmente modificado,mais adequado à acústica pretendida, podendo produzir notas com maior volume sonoro do que as guitarras usadas até então. Na realidade, só grandes compositores, como Beethoven, no caso do piano, podem gabar-se de coisa análoga.

Ainda assisti a um seu recital em Granada no fim da década de 70. Um dia escreverei sobre esse evento absolutamente extraordinário. Para já, consolem-se com este momento de privilégio, em que Segovia toca a Danza em Sol de Granados.

Boa audição!



http://youtu.be/BBOqnSvVlI8


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