Mozart,
Sinfonia No. 7
[texto publicado no dia 1 de Agosto]
Na sequência da apresentação da obra sinfónica de Mozart, por ordem cronológica da sua composição, é hoje a vez da peça à qual se atribui o número 7, a KV 45, em Ré Maior, uma das três que ele escreve em Viena, entre 1767 e 1768. Tanto esta como as outras duas evidenciam a influência local, nomeadamente, ao nível da inclusão de minuetes e trios e uma orquestração a requerer reforço instrumental.
No entanto, contrariando aquela última, tanto quanto é possível depreender dos estudos levados a efeito pelo musicólogo Neal Zaslaw, professor adstrito ao Departamento de Música da Cornell University, esta obra teria sido estreada, num cenário restrito, perante reduzida audiência, por ocasião da passagem por Viena de um diplomata russo, pelo que recorreu apenas a dois oboés, duas trompas, timbales e as habituais cordas.
Ainda que não entre em detalhes da composição de cada um dos quatro andamentos – 1.Allegro, 2.Andante, 3.Menuetto/Trio e 4.Allegro – gostaria de assinalar, em relação às sinfonias precedentes, que se começa a notar uma maior complexidade, verdadeiramente surpreendente num compositor de onze, doze anos.
Mostrando uma invejável mestria no domínio do que, hoje em dia, se designaria como ‘gestão de conteúdos’, o garoto adaptaria esta mesma música como Abertura da sua ópera La finta simplice que comporia mais tarde, ainda que no mesmo ano, numa versão catalogada como KV 46 a, que suprime o Menuetto/Trio e modifica a orquestração para se adequar à instrumentação da orquestra da ópera.
Na gravação que vos proponho, a interpretação da obra está confiada à Mozart Akademie Amsterdam, sob a direcção de Jaap Ter Linden.
Boa audição!
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