[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 11 de agosto de 2012


[texto publicado no facebook no dia 7 de Agosto]


As características do papel que os compositores usavam para a escrita da sua música eram deveras importantes para se determinar, com rigor, a datação das suas obras. No caso de Mozart e, em particular, da Sinfonia que hoje nos ocupa, sabemos que o papel em que ficou registada é o mesmo que utilizou durante a viagem a Roma em 1770, deslocação esta que faz parte de uma série de três viagens a Itália que, intermitentemente, concretizou entre 1769 e 1773.
 
Estamos no período em que, invariavelmente, Mozart escreve obras em tom maior. No caso vertente, em Sol Maior, esta é uma sinfonia curta, de mais ou menos oito minutos, para dois, oboés, duas trompas e cordas, em dois andamentos, 1.Allegro-Andante e 2.Allegro. A secção Andante não foi composta como um andamento separado, mas como segunda parte do andamento de abertura.

Pouco tempo depois, Mozart embarca numa peça quase revolucionária, a oratória ou ‘azione teatrale’
“La betulia Liberata”, verdadeira obra de charneira já que, com dela, entra no espírito do movimento pré-romântico do ‘Sturm und Drang’. Cumpre ter em consideração estes matizes para que se entenda até que ponto vai o «classicismo» - não só de Mozart, mas também de Haydn e Beethoven, expoentes máximos da designada Primeira Escola de Viena - que, a partir do início do último quartel do século dezoito, adquire cambiantes do maior interesse.

A gravação que vos proponho continua a cargo da Mozart Akademie Amsterdam, sob a competente direcção de Jaap Ter Linden.

Boa audição!
 

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