[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 4 de setembro de 2012




AT: texto publicado no facebook em 26 de Agosto


Datada de Salzburg, Maio de 1772, esta ”Sinfonia, em Sol Maior, KV 129”, tal como a precedente, obedece a uma estrutura italianizante de três andamentos – 1.Allegro, 2.Andante e 3.Allegro – e a uma distribuição instrumental também idêntica, portanto, as habituais cordas, 2 trompas e 2 oboés.

Será interessante considerar que o último segmento da sinfonia, um pequeno andamento cuja duração não chega a três minutos, começa com um floreado de trompa que, terei oportunidade de vos demonstrar, é idêntico a um que Mozart utilizaria no ano seguinte, interpretado por trompas, como trio de um ’Menuetto’ do ”Divertimento KV. 205” e, ainda, bastante mais tarde, em 1789, no início da sua ”Sonata para Piano KV. 576”

Reparem que, de acordo com o esquema da forma sonata, embora o andamento consista de duas secções repetidas, no momento em que reaparece a tónica, o tema de abertura é apenas aflorado sem que a recapitulação alguma vez aconteça. E, por outro lado, até pode considerar-se que este Finale não passa de um menuetto que degenerou numa jiga.

Assim sendo, portanto, se estivermos na presença de um final à laia de jiga, então tenhamos em consideração que se trata de solução análoga à que o compositor afirmará aplicar-se ao Finale de um dos actos de ”Die Entführung aus dem Serail” que, segundo as suas próprias palavras ”(...) deve ser muito rápido, devendo fazer uma grande algazarra no fim... quanto mais barulho melhor – quanto mais curto melhor – de tal modo que o público não arrefeça antes do momento de aplaudir”.

Não há dúvida que «tinha a escola toda»... Como proposta de interpretação, a habitual Mozart Akademie Amsterdam dirigida por Jaap Ter Linden.


Boa audição!
 
 

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