[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


Mozart,
Sinfonias Nos. 27, 28, 29, 30, 31 e 32

 
Tinha decidido não voltar a publicar neste blogue matéria musical que não se relacionasse com algum evento integrado ou relacionado com a vida de Sintra, especialmente no domínio cultural. Naturalmente, no contexto desta premissa, suspendi a muito sucinta abordagem da obra sinfónica de Mozart, que aqui vinha reproduzindo a partir de textos publicados no meu mural do facebook. 

Acontece, porém, que não tendo eu anunciado aquele meu propósito, alguns leitores me contactaram solicitando a continuação da série, já que a vinham registando no seu arquivo e, na maior parte dos casos, até nem tinham acesso ao fb. Pois bem, correspondendo ao seu pedido, retomarei a referida publicação, a partir da Sinfonia No. 27 já que a precedente foi a última aqui proposta.

Nesta altura, faltam 9 sinfonias. Nas próximas semanas, até ao Fim do Ano, espero completar este trabalho que, como sempre tive o cuidado de referir, não passa de uma atitude de mera divulgação já que, em termos do que me foi solicitado inicialmente, não conviria entrar em detalhas de maior profundidade musicológica.

 
Eis, portanto, a última das peças anunciadas. As restantes são as que precedem este post.

 

Mozart,
Sinfonia No. 32


Estamos em presença da Sinfonia em Sol Maior, KV. 318 que o compositor escreveu em 1779, depois do regresso de Paris, obra de grande contenção, obedecendo a uma estrutura de três breves andamentos – 1.Allegro spiritoso, 2.Andante, 3.Primo Tempo – sem qualquer interrupção, resultando em menos de nove minutos de música, com uma grande secção de sopros, em tudo semelhante ao figurino das primeiras sinfonias de Beethoven.
Cumpre esclarecer, quanto à forma, que não se trata de uma ‘abertura italiana’ ou abertura ‘da capo’. O primeiro andamento desdobra-se como na forma sonata, sem repetição da exposição. Ainda de salientar que, no andamento lento, na forma rondo, quando o ouvinte espera o regresso do refrão, a música evolui para o andamento final que, para todos os efeitos, prossegue o desenvolvimento do primeiro tema do primeiro andamento, antes de uma recapitulação nos termos da qual os dois temas do primeiro andamento se apresentam na ordem inversa.

Houve um tempo em que se pensou servir esta sinfonia de Abertura das óperas de Mozart “Thamos, Rei do Egipto” ou “Zaide” mas, na realidade as datas dessas obras não coincidem com a do manuscrito. Foi utilizada, pelo próprio Mozart, isso sim, em 28 de Novembro de 1785, como uma Abertura para a representação  no Burgtheater de Viena da ópera de de Francesco Bianchi  (1752-1810) “La villanella rapita”,  juntamente com duas peças vocais, o terzetto ‘Mandina amabile’, KV. 480 e o quarteto ‘Dite almeno in che mancai’, KV. 479. E, ainda a propósito, uma curiosidade muito especial já que esta ópera seria representada em Lisboa, em 1796, sob o título “Le gelosie di Pippo”.

Como proposta de acesso à Sinfonia No. 32, em Sol Maior, KV. 318 de Mozart, continuo a preferir manter-vos com Jaap Ter Linden, dirigindo a Mozart Akademie Amsterdam.

Boa audição!

http://youtu.be/0-UwP5qyDiI

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