[sempre de acordo com a antiga ortografia]

segunda-feira, 26 de novembro de 2012


 

Mozart,
Sinfonia No. 31

 

Entre 1774 não compôs qualquer sinfonia. No entanto, naquele último ano, já instalado em Paris, para onde tinha seguido e 1778, Mozart com sua mãe – que, como é sabido, ali faleceria – recebeu uma encomenda de Joseph Le Gros, director dos famosos ‘Concerts Spirituels’, para a escrita de uma sinfonia comemorativa das festas de Corpo de Deus e, de acordo com o figurino parisiense, uma peça para grande orquestra.

A KV. 297, em Ré Maior, é a primeira sinfonia em que Mozart decide incluir clarinetes e, além destes, flautas, fagotes, oboés, trompas, trompetes e um grande conjunto dos vários naipes de cordas. Paris tinha o maior orgulho na sua orquestra e, na realidade, o compositor não se apresentava impreparado já que tinha trabalhado com a grande orquestra de Mannheim,  pronto a ser desafiado de acordo com o figurino da capital francesa, ao estilo das obras de Stamitz e Gossec.

Através das cartas entre Wolfgang e o pai Leopold, sabemos da preocupação deste relativamente à capacidade de o filho estar à altura. Mozart demonstraria como conseguia aliar a ‘grandeur’ francesa a um estilo Mozartiano já afirmado. A designada Sinfonia “Paris” é uma peça em três andamentos e, provavelmente a mais grandiosa, com tudo o que está implícito neste conceito, embora, aqui e ali, possamos  deparar com algum segmento« supérfluo». A propósito, não deixa de ser  deveras significativo que o compositor estivesse insatisfeito com o andamento lento original, circunstância que o levaria a compor uma segunda versão, bem como a alterar a orquestração nos outros andamentos.

Seja qual for a opinião que, actualmente, possamos formular, a verdade é que, ao tempo, Le Gros ficou tão satisfeito que proclamou aos quatro ventos tratar-se da melhor das sinfonias que, até à data, tinham sido compostas para sua orquestra.

Desta vez, a minha proposta de partilha convosco desta obra vai para uma interpretação da Orquestra Filarmónica de Viena, dirigida por mestre  Nikolaus Harnoncourt, fidelíssimo na leitura desta e doutras obras de Amadé.

Boa audição!
http://youtu.be/iYmdIrtWt0U

http://youtu.be/0p47F-3MyfI

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