[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013



Mozartwoche, 2013

[Texto publicado no facebook em 28 de Janeiro de 2013]


Estou a dever-lhes vários dias de informação mas, prometo começar hoje a compensar. Vejam que, tão cedo, já hoje enviei ao Paulo Alves Guerra do programa da RDP 2 "Império dos Sentidos", o seguinte e-mail:

"(...) gostaria de lhe enviar daqui, de Salzburg, um «apontamento de reportagem». Como sabe, estamos em pleno Festival de Inverno, na famosa "Mozartwoche", que começou no pas
sado dia 24 prolongando-se até 3 de Fevereiro.

Como todos os anos acontece, desde 1956, ano da primeira edição, que coincidiu com o 200º aniversário de Mozart, a Fundação do Mozarteum de Salzburg, da qual sou membro,
integra nos programas da "Mozartwoche" os artistas que, com um cunho de interpretação pessoal distinta, considera poderem abordar as obras do compositor a um nível de prestação superior.

Foi neste contexto que Maria João Pires foi convidada para interpretar o Concerto para Piano em Ré menor, KV. 466 com a Orquestra Filarmónica de Viena, sob a direcção de Gustavo
Dudamel.

Acontece que se magoou num pé, circunstância que a organização do Festival, através de Mathias Schultz, anunciou antes de começar o concerto da noite do passado sábado, dia 26. Antes de terminar o aviso e perceber que, apesar do incidente, Maria João Pires tocariaa peça, estive em suspenso porque, como se sabe, ela é caracterizada por uma certa dose de imprevisibilidade. Com ela nunca se sabe...

Mas, sim senhor, apoiada ao braço do maestro lá atravessou o gigantesco palco do Grosses Festspielhaus de Salzburg até se sentar ao teclado e apresentar a qualidade da leitura desta obra
a que tem habituado o público. Foi precisamente este mesmo concerto, aliás, que interpretou em Lisboa, nos Jerónimos, há dez anos, com a Orquestra Filarmónica de Berlin, sob a direcção de Pierre Boulez.

No fim, novamente apoisada a Gustavo Dudamel, veio agradecer duas vezes e uma terceira, sozinha, coxeando manifestamente. Naturalmente, o público não lhe rogou aplausos até pelo esforço e respeito que manifestou ao honrar o seu compromisso, mesmo em circunstâncias físicas que, manifestamente, não eram as melhores. (...)"

Portanto, também já ficaram a saber este 'fait divers'. Mais tarde, aqueles que ouvirem o programa entre as sete e as dez, dir-me-ão se e como o PAG referiu o caso.
 
 

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