[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quinta-feira, 25 de abril de 2013



Salgueiro Maia,
eu, tu, nós


“Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”

[Salgueiro Maia - na noite 25 de Abril de 1974 - Escola Prática de Cavalaria - Santarém]



De facto, muito raros são os homens capazes de protagonizar este tipo de atitudes.

Aquilo que estamos a fazer nesta efeméride, ou seja, partilhar imagens de memórias, desfilar pela Avenida da Liberdade, encontr
ar gente que vibra connosco e se emociona perante o olhar da criança desafiando o futuro, os cravos em casa, nas lapelas, tudo isto é lindo mas pouco, muito pouco se não passar disto.

Honrar o legado de Salgueiro Maia é perceber que o discurso e a atitude na Escola Prática de Cavalaria, não foi coisa isolada, naquele tempo de ignomínia, que era preciso mudar. Não, tem de ser replicada por cada um de nós, em cada local de trabalho, onde deixámos que se acumulassem razões de queixa, numa tal escala, que voltámos a estar perante um estado de coisas absolutamente insuportável.

Estamos num tempo em que urge voltar a agir. Já foi ultrapassada a fasquia da dignidade.


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Eis a transcrição de uma troca de comentários no facebook subsequentes à publicação do texto supra:

 

João De Oliveira Cachado Como é que, por exemplo, os Maçons do GOL, Maçonaria Portuguesa, podem comemorar Abril, com a dignidade de que são capazes, se não actuarem, como é suposto e inadiável, em relação à própria liderança do Grao Mestrado da Augusta Ordem? Lembrar Salgueiro Maia, colocar o seu retrato no mural do facebook, é afirmar que se está disposto a actuar como ele. Cabe perguntar, enfaticamente: Estará mesmo?

  • Antonio Cazal-Ribeiro Não creio que a Maçonaria, enquanto instituição, possa actuar por si no mundo profano. Deverão ser os Maçons individualmente a fazê-lo, por sua conta e risco.

  • João De Oliveira Cachado Como terá entendido, ao escrever o comentário supra, estava eu a interpelar os Maçons que, suposta e consequentemente, deveriam agir, dentro do GOL, no sentido da fraterna interpelação ao seu GM, cuja actuação, no mundo profano, como Presidente do Conselho de Administração do grupo Galilei, herdeiro da SLN-BPN, tem sido tão controversa.

  • Antonio Cazal-Ribeiro Que se saiba, não pendem quaisquer suspeitas ou acusações criminais ou outras sobre o senhor. Mas sim, esse é um assunto interno!

  • João De Oliveira Cachado Sobre o senhor pode não pender qualquer acusação criminal. Aliás, julgo que, muito dificilmente, incorreria ele em ilícito susceptível de ser criminalmente demandado. A Revista "Visão", ao seu nível de divulgação generalista, não tem feito mau trabalho no sentido de dar a entender como a sua atitude de gestor é controversa. Não assume a dívida de mil e trezentos milhões da SLN, pretende responsabilizar a Galilei apenas por cento e poucos milhões, enquanto continua a negociar com o Ministério da Saúde o fornecimento de serviços, por empresas do mesmo grupo Galilei, que, no ano transacto, permitiu praticar um chiffre d'affaires de cerca de cinquenta milhões... No mundo profano, ou seja, em família, no desempenho de funções na sua vida profissional, como sabe, o Maçon só pode ser irrepreensível. Tal significa que, por exemplo, na condução dos negócios, ainda que não cometa crimes, não pode causar reparo susceptível de sanção negativa, tem de ser tão impecável como qualquer homem de negócios deve ser e, ainda mais, porque jurou ser fiel a uma série de princípios e de valores da máxima exigência moral e ética.

  • Antonio Cazal-Ribeiro sim,sim...uma intreressante discussão que não pode ser tida neste forum. Mas em termos gerais, posso dizer que subscrevo o que diz.

  • António Fernandes Lourenço Caro João de Oliveira Cachado: gosto profundamente, das suas palavras, salientando: ""ser fiel a uma série de princíipios e de valores da máxima exigência moral e ética".
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    Foto: “Meus senhores, como todos sabem, há diversas modalidades de Estado. Os estados sociais, os corporativos e o estado a que chegámos. Ora, nesta noite solene, vamos acabar com o estado a que chegámos! De maneira que, quem quiser vir comigo, vamos para Lisboa e acabamos com isto. Quem for voluntário, sai e forma. Quem não quiser sair, fica aqui!”

Salgueiro Maia - na noite 25 de Abril de 1974 - Escola Prática de Cavalaria - Santarém.

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