Dos jornais e da televisão,
dois trabalhos impecáveis
dois trabalhos impecáveis
Provavelmente, porque já passaram vários dias sobre a sua disponibilização, estas minhas recomendações de hoje já estarão ultrapassadas. Se assim for, tanto melhor, pois já terão acedido a dois documentos, cuja excelente qualidade me permito evidenciar inequivocamente.
Faço-o, por ordem cronológica, chamando a vossa atenção para o texto de Henrique Monteiro Maçonaria: um segredo bem guardado, publicado na rubrica Ideias & Debates do suplemento Actual do semanário Expresso do passado sábado, 18 de Maio.
Não tenho a menor dúvida em aconselhar a leitura já que o autor, publicamente conhecido como membro do Grande Oriente Lusitano, ao pronunciar-se sobre Segredos da Maçonaria Portuguesa, livro de António José Vilela, subscreve uma das opiniões mais lúcidas a que tenho acedido sobre a vivência dos princípios e valores da Augusta Ordem Maçónica.
Trata-se de uma peça que muito honra Henrique Monteiro, quer na perspectiva do seu habitual trabalho de jornalista, quer na de Iniciado Maçon, capaz de partilhar, com qualquer leitor, do designado «mundo profano», as linhas estruturante de um saber e de uma prática, uma maneira de ser e de estar que, invariavelmente, suscitam as maiores incompreensões e controvérsias porque são mal transmitidas.
Seguidamente, gostaria de salientar, da TVI, a reportagem de Judite de Sousa, sobre aspectos menos conhecidos da biografia de Álvaro Cunhal, emitida na passada terça-feira, dia 21, após o noticiário da hora nobre.
É, de facto, um trabalho absolutamente modelar. «Respira» o ritmo da peça que não cessa de surpreender, mesmo nos segmentos do percurso do Dr. Álvaro Cunhal que já eram conhecidos. Há uma comovente dimensão do factor humano, sempre no respeito pelo factual, jamais perturbador da eficácia da reportagem e que, curiosamente, acaba por contribuir para agigantar o mito.
Preciso é assistir com toda a atenção, adquirir o que é explícito e detectar o implícito, ou seja, o que explica a fabulosa fibra que teceu aquela fascinante personalidade de Álvaro Cunhal. Se estiverem atentos, tudo isso lá está no trabalho da jornalista e da equipe em que se integrou.
Judite de Sousa não podia ter arriscado mais e, num terreno onde era fácil ter resvalado para concessões à facilidade, subscreveu uma bela página do jornalismo português de suporte audiovisual. Está de parabéns. Neste específico universo do audiovisual, também em Portugal, cada vez mais, vai sendo tempo de promover, com o maior destaque possível, as peças subscritas por profissionais seniores.
É que, apesar dos anos de vida, das rugas e dos cabelos brancos com que o tempo os for marcando, devem ocupar o lugar de referência inquestionável, não só para o público que neles reconhece a mais-valia da experiência e do saber, que não se improvisam, mas tambémpara os profissionais mais novos, a exemplo do que, felizmente, vai acontecendo um pouco por todo o mundo.
Finalmente, porque é difícil não haver música para qualquer «eventualidade», em homenagem ao trabalho do jornalista, aí tendes The Typewriter de L. Anderson, num momento extremamente bem disposto
http://youtu.be/wZCh4EY_kug
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