[Transcrição do artigo hoje publicado no Jornal de Sintra]
Águas de Sintra
e o miraculoso anel alemão
Em Julho do ano passado, mais precisamente na edição do dia 20, o Jornal de Sintra acolheu um texto subordinado ao título Piscinas municipais, águas tranquilas, através do qual tive oportunidade de me referir a um dispositivo de melhoramento da qualidade das águas de abastecimento público que, no citado texto, se circunscrevia, tal como o próprio título logo especificava, às piscinas municipais.
Sem formação específica que, mesmo em termos muito genéricos, me tivesse permitido explicar o seu ‘modus operandi’, tive que me reduzir à insignificância de quem, desconhecendo o seu funcionamento, estava ansioso por poder contribuir para a divulgação daquilo que apelidei o milagre dos anéis. Julgo que o mais conveniente será transcrever a parte mais afim do artigo em apreço:
“(…) Por se tratar de equipamentos cuja maior ou menor sofisticação de operação me escapa, não saberei explicar-vos como é que um determinado sistema de anéis, que envolvem as tubagens onde circula a água, acabará por tratar o precioso líquido de maneira a garantir o que, antes da sua aplicação, não era possível . No entanto, mesmo para um leigo como eu, consegui apurar que se trata de anéis de alumínio e silício puro, modulados a laser, com instruções que, continuamente, transmitem para a água, sob a forma de bio-sinais (oscilações ultra finas que atravessam qualquer matéria), provocando uma série de reacções de indiscutível benefício.
Bem, falar em benefício será ficar muito aquém do alcance da intervenção dos tais anéis. Mesmo para um declarado ignorante – o adjectivo é mais forte mas mais apropriado do que o referido «leigo»… – como é o meu caso, não deixa de ser fascinante ficar a saber que contribuem para a diminuição da dureza da água, ao mesmo tempo que diminuem a tensão superficial, impedindo a oxidação e corrosão nas tubagens, desincrustando-as e conservando-as. (…)”
Pois, então, estou em crer que gostarão de saber não terem caído em saco roto as palavras partilhadas naquela página do JS. Vão permitir que, tão somente, por uma questão de falta de espaço, atalhe o caminho que me trouxe ao conhecimento o facto de haver em Portugal uma firma que representa o dispositivo de origem germânica. Um economista que trabalha para a tal empresa leu o meu artigo, solicitou o meu contacto através do jornal e informou-me de que iria aproveitar o ensejo para abordar o assunto com os Serviços da Câmara Municipal de Sintra.
Naturalmente, achei muita piada à situação, desejei-lhe as maiores felicidades e nunca mais pensei no assunto. Há cerca de quinze dias, no entanto, percebi que houvera uma interessante evolução. O tal senhor voltou a contactar-me, prevendo que eu gostaria de saber que os tais «anéis milagrosos» tinham sido experimentados, em degradadas canalizações de um dos edifícios do património municipal, na Rua do Roseiral, com evidente e manifesto sucesso, circunstância que já levou o município a contratar a instalação de tais dispositivos nos Mercados de Agualva, Cacém e de Queluz.
O anel mágico
Estava longe de tudo quanto, afinal, acabara por desencadear com a publicação do artigo. E, muito menos, de imaginar que, tendo-me eu circunscrito ao caso das piscinas municipais, tivesse o assunto revelado maior pertinência - ou, talvez, por questão de oportunidade – no contexto dos mercados onde, indubitavelmente, a questão da qualidade das águas é absolutamente determinante. E, de acordo com a explicação que obtive, com a enorme vantagem de a desincrustação operada evitar a substituição das canalizações, o que implicaria num investimento insuportável…
Na sua singeleza, esta história não deixa de conter alguma matéria susceptível de reflexão. Em primeiro lugar, a atitude de insaciável curiosidade que, constantemente, nos deveria animar, sempre com o objectivo de podermos partilhar qualquer conhecimento que formos adquirindo para o benefício de terceiros. Fui educado no respeito pelo princípio segundo o qual o saber não ocupa lugar, que sendo máxima bem conhecida, deveria ser cada vez mais valorizada, em especial, na educação das crianças e dos jovens, em casa e na escola.
Recapitulando o caso dos anéis miraculosos. A atitude da partilha de um conhecimento, que acabara de adquirir durante uma deslocação à Alemanha e à Áustria, levou-me à escrita de um artigo que, através do Jornal de Sintra acabou por chegar aos destinatários mais convenientes, de tal modo que, a jusante, a qualidade de vida de muitos munícipes melhorará inequivocamente. Estamos todos de parabéns.
PS
Em ano de comemoração dos duzentos anos do nascimento de Richard Wagner, o autor da famosa Tetralogia – O Anel do Nibelungo – de ressonâncias tão evidentemente germânicas, que Sintra não deixará de contemplar através da programação da 48ª edição do seu Festival, eis que outro miraculoso anel alemão está a intervir para nosso benefício… Como poderia eu terminar este texto sem uma nota bem humorada, que não articulasse com o mundo da Música?
[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]
Sem formação específica que, mesmo em termos muito genéricos, me tivesse permitido explicar o seu ‘modus operandi’, tive que me reduzir à insignificância de quem, desconhecendo o seu funcionamento, estava ansioso por poder contribuir para a divulgação daquilo que apelidei o milagre dos anéis. Julgo que o mais conveniente será transcrever a parte mais afim do artigo em apreço:
“(…) Por se tratar de equipamentos cuja maior ou menor sofisticação de operação me escapa, não saberei explicar-vos como é que um determinado sistema de anéis, que envolvem as tubagens onde circula a água, acabará por tratar o precioso líquido de maneira a garantir o que, antes da sua aplicação, não era possível . No entanto, mesmo para um leigo como eu, consegui apurar que se trata de anéis de alumínio e silício puro, modulados a laser, com instruções que, continuamente, transmitem para a água, sob a forma de bio-sinais (oscilações ultra finas que atravessam qualquer matéria), provocando uma série de reacções de indiscutível benefício.
Bem, falar em benefício será ficar muito aquém do alcance da intervenção dos tais anéis. Mesmo para um declarado ignorante – o adjectivo é mais forte mas mais apropriado do que o referido «leigo»… – como é o meu caso, não deixa de ser fascinante ficar a saber que contribuem para a diminuição da dureza da água, ao mesmo tempo que diminuem a tensão superficial, impedindo a oxidação e corrosão nas tubagens, desincrustando-as e conservando-as. (…)”
Pois, então, estou em crer que gostarão de saber não terem caído em saco roto as palavras partilhadas naquela página do JS. Vão permitir que, tão somente, por uma questão de falta de espaço, atalhe o caminho que me trouxe ao conhecimento o facto de haver em Portugal uma firma que representa o dispositivo de origem germânica. Um economista que trabalha para a tal empresa leu o meu artigo, solicitou o meu contacto através do jornal e informou-me de que iria aproveitar o ensejo para abordar o assunto com os Serviços da Câmara Municipal de Sintra.
Naturalmente, achei muita piada à situação, desejei-lhe as maiores felicidades e nunca mais pensei no assunto. Há cerca de quinze dias, no entanto, percebi que houvera uma interessante evolução. O tal senhor voltou a contactar-me, prevendo que eu gostaria de saber que os tais «anéis milagrosos» tinham sido experimentados, em degradadas canalizações de um dos edifícios do património municipal, na Rua do Roseiral, com evidente e manifesto sucesso, circunstância que já levou o município a contratar a instalação de tais dispositivos nos Mercados de Agualva, Cacém e de Queluz.
O anel mágico
Estava longe de tudo quanto, afinal, acabara por desencadear com a publicação do artigo. E, muito menos, de imaginar que, tendo-me eu circunscrito ao caso das piscinas municipais, tivesse o assunto revelado maior pertinência - ou, talvez, por questão de oportunidade – no contexto dos mercados onde, indubitavelmente, a questão da qualidade das águas é absolutamente determinante. E, de acordo com a explicação que obtive, com a enorme vantagem de a desincrustação operada evitar a substituição das canalizações, o que implicaria num investimento insuportável…
Na sua singeleza, esta história não deixa de conter alguma matéria susceptível de reflexão. Em primeiro lugar, a atitude de insaciável curiosidade que, constantemente, nos deveria animar, sempre com o objectivo de podermos partilhar qualquer conhecimento que formos adquirindo para o benefício de terceiros. Fui educado no respeito pelo princípio segundo o qual o saber não ocupa lugar, que sendo máxima bem conhecida, deveria ser cada vez mais valorizada, em especial, na educação das crianças e dos jovens, em casa e na escola.
Recapitulando o caso dos anéis miraculosos. A atitude da partilha de um conhecimento, que acabara de adquirir durante uma deslocação à Alemanha e à Áustria, levou-me à escrita de um artigo que, através do Jornal de Sintra acabou por chegar aos destinatários mais convenientes, de tal modo que, a jusante, a qualidade de vida de muitos munícipes melhorará inequivocamente. Estamos todos de parabéns.
PS
Em ano de comemoração dos duzentos anos do nascimento de Richard Wagner, o autor da famosa Tetralogia – O Anel do Nibelungo – de ressonâncias tão evidentemente germânicas, que Sintra não deixará de contemplar através da programação da 48ª edição do seu Festival, eis que outro miraculoso anel alemão está a intervir para nosso benefício… Como poderia eu terminar este texto sem uma nota bem humorada, que não articulasse com o mundo da Música?
[João Cachado escreve de acordo com a antiga ortografia]
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