[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 8 de junho de 2013



Ainda os Falstff  e Otello da Gulbenkian


Hoje publicado no suplemento Actual do Expresso, o comentário de Jorge Calado [JC] aos Falstaff e Otello da Gulbenkian, pôs os pontos nos ii. Ou, melhor, pôs as estrelinhas, tal qual era suposto serem atribuídas, por quem não deixa créditos por mãos alheias quando avalia qualquer récita de ópera. Na habitual escala, em que uma estrelinha equivale a mau e cinco estrelinhas a muito bom, JC concedeu uma ao Falstaff e três a Otello, portanto, respectivamente, o equivalente a mau e médio.

Quem acompanha os meus textos entenderá a razão pela qual trago esta avaliação de JC ao meu mural. É que, sendo JC uma das respeitáveis vozes críticas cá da urbe, a sua opinião coincidiu com a que eu já tinha partilhado convosco oportunamente. Aliás, ele foi muito mais radical, como poderão verificar pelas citações seguintes.

Quanto ao trabalho de Rosetta Cucci, de semi-encenação de Falstaff, que eu desconsiderei totalmente, JC afirma que “(…) era intragável e não justificava sequer o bilhete de autocarro de Itália até Lisboa (…). Em relação ao maestro Foster, a quem jamais poupei aplauso nos seus bons momentos e severa apreciação nos inúmeros dislates, JC escreve “(…) Foster dirigiu (Otello) em fortíssimo como se Verdi fosse um verista assanhado (…)”.

De qualquer modo, também como tive oportunidade de escrever, Otello foi melhor e, segundo, JC “(…) salvou as honras da casa e permitiu ao maestro (agora, emérito) despedir-se com “un altro bacio” (…)”. Despediu-se Lawrence Foster, sim senhor, dando lugar a Paul McCreesh que, esperamos todos – há algumas dezenas de melómanos, tão fiéis da orquestra como eu, que a acompanhamos desde a formação, há cinquenta anos – possa fazê-la entrar numa nova fase, que bem merece, ainda de maior brilho.

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