Eleições, para quê?
Mais uma achega
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[Facebook, 6 de Julho de 2013]
O cerne do meu texto de ontem apontava, isso sim, sem equívocos, para a necessidade de alterar radicalmente a Lei Eleitoral vigente, «mãe» da maior parte das iniquidades que inquinam a vivência da Democracia em Portugal, fundamentalmente, pelas razões referidas. De facto, porém, parece ser tema que não suscita o mínimo interesse.
PS e PSD podem estar perfeitamente tranquilos, mantendo-se e reproduzindo no poder uma classe política desqualificada porque bem conhecem o seu eleitorado... Para tais partidos «da alternância», promover a mudança da Lei Eleitoral é o equivalente a um tiro no pé.
Por razões que tenho abordado em variadíssimas oportunidades, desde o analfabetismo à iliteracia, aos baixíssimos níveis de escolaridade, os portugueses, em geral, não podem assumir práticas de vida cívica sistemática e consequente. Num contexto sociocultural mais propício estou certo de que não faltariam movimentos, de escala vária, lutando pela alteração da Lei Eleitoral.
No entanto, no actual estado de coisas, o cidadão médio nacional considera que a vida cívica activa se subsume à manifestação de rua. É num estádio mais avançado de consciencialização política que os cidadãos participam, por exemplo, em «círculos de estudo» que, nos países nórdicos, ajudam a resolver imensos problemas do quotidiano das comunidades locais e nacionais.
Pessoalmente, considero que a estratégia do voto branco é a que melhor se adequa à situação actual, se e quando for decidido convocar eleições legislativas, mantendo a actual Lei Eleitoral. Pessoalmente, repito, sem qualquer veleidade de proselitismo. Finalmente, a propósito desta troca de impressões, gostaria de lembrar como, em termos literários, tal tema tão bem trabalhado foi por José Saramago em "Ensaio sobre a Lucidez".
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