Caso BPN:
porque não se defende a República?

Paulo Morais, presidente da associação cívica Transparência e Integridade, em entrevista a Mário Crespo, no Telejornal das 21,00 da SIC, acaba de afirmar que, de acordo com a legislação vigente e aplicável relativamente ao caso do BPN, é perfeitamente possível confiscar as fortunas dos accionistas da ex SLN que se «transferiram» para a Galilei, e, através de tal actuação, salvaguardando parte dos interesses do Estado Portugês, lesados com a falência do BPN.

Como é sabido, o Dr. Fernando Lima, actual Grão Mestre do Grande Oriente Lusitano [GOL] Maçonaria Portuguesa, é o Presidente do Conselho de Administração da Galilei. Enquanto não for cabalmente demonstrado que a Maçonaria Portuguesa é totalmente alheia a esta questão, pode pairar a suspeita pública de que terá desenvolvido diligências no sentido de impedir ou dificultar irremediavelmente a actuação consequente da República com o obrigatório objectivo de se ressarcir, em defesa dos direitos dos cidadãos.

A verdade é que, por considerar esta matéria insustentável, houve quem tivesse suspendido a sua filiação no GOL. Eu fui um dos que assim procedeu. A minha dupla condição de católico e de maçon impede-me seja confundido num tal alçapão de incompatibilidade com a ética e a dignidade.

Continuo perplexo perante a imobilidade de tantos maçons que, aparentemente, convivem muito bem com o paradoxo de terem elegido um Grão Mestre cuja atitude no designado «mundo profano» é tão controversa.