[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 7 de agosto de 2013


Lástimas de Agosto [II]


 Só uma grande afinidade de discurso e de propósitos, bem enquadráveis na famigerada «alternância» que, há décadas nos esmaga; só uma flagrante promiscuidade entre os partidos do designado «arco do poder» poderão justificar que alguém, tão próximo do PSD como Joaquim Pais Jorge, se pudesse ter permitido apresentar, ao Governo do PS, um «produto financeiro» que – tão querido, tão amigo!... - ajudaria o seu aparente adversário político a escamotear a realidade das contas nacionais, de modo a enganar Bruxelas e a comprometer a necessidade da União Europeia de monitorizar os números de cada país membro através do Eurostat.

O pedido de demissão deste Secretário de Estado nada resolve. Tanto o actual como os governos precedentes, têm sido constituídos por uma gente que, salvo raríssimas excepções, tem as mesmas origens, tantas vezes nas mesmas «universidades de Verão», form[at]ada por formadores de ambos os partidos, engrossando as fileiras das respectivas jotas, cujos produtos acabados e requentados não passam da categoria máxima dos Seguro e Coelho, que nos atazanam a vida, pervertendo e subvertendo os caminhos da vida democrática e impedindo que o País invista noutros caminhos que não perpetuem o afundamento há décadas em curso.

Agora, bem podem aparecer os assessores do anterior governo – sob a capa de puras vestais, quais zeladores do fogo sagrado da verdade dos gabinetes onde se prestaram a tão desqualificadas manobras – que apenas conseguirão enganar quem, tão cego de partidarismo clubista, estiver disposto a tapar o Sol com a peneira, convencidos de que estão animados por uma lucidez que, infelizmente, não lhes assiste mas colaborando na manutenção de um ‘statu quo’ que não sofrerá qualquer significativa alteração enquanto, por exemplo, não conseguirmos organizar-nos de tal modo que alteremos a vigente Lei Eleitoral, tão eficaz para a eternização no poder desta desqualificada classe política.


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