[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 11 de setembro de 2013


 
Manuais escolares,
oferta?
 
[facebook, 10 de Setembro de 2013]


Marco Almeida é um estupendo Vereador do Pelouro da Educação da Câmara Municipal de Sintra cuja actuação, em geral, ao longo dos anos, tem merecido o meu constante aplauso quer na minha qualidade de munícipe quer
nas de técnico de Educação e de dirigente sindical.

Contudo, neste domínio, não posso concordar e, inclusive, já o escrevi algumas vezes. Compreendo a generosa intenção da iniciativa mas discordo da solução. Porque, fundamentalmente, um mesmo exemplar de manual escolar pode ter vida tão longa quanto a vigência da sua validade enquanto instrumento didático, ou seja, vários anos, evitando o investimento repetido que, ainda por cima, não permite concretizar, nas comunidades escolar e educativa, uma atitude implícita e eminentemente pedagógica.

De acordo com as boas práticas que advogo, a autarquia DEVE DEPOSITAR os manuais nas escolas que, por sua vez, organizam o seu EMPRÉSTIMO aos alunos. No fim do ano lectivo, os estudantes devolvem aquilo que é um bem patrimonial da comunidade para que, no ano lectivo subsequente, a MESMA ESCOLA possa contemplar outro estudante com o MESMO EXEMPLAR de manual. Há muitos anos que pugno por esta solução.

Felizmente, em muitos lugares, já estão a funcionar esta e outras modalidades de resolução do problema da aquisição dos manuais que tanto afecta as finanças familiares. Bancos de trocas, bancos de empréstimo, leilões, eu sei lá, há imensas alternativas, que conhecem enorme sucesso em países ricos como a França, Reino Unido, a Suiça, Estados Unidos, Austrália etc.

Trata-se, quero sublinhar, de países cujos sistemas educativos conheço bem, em termos profissionais, por ter trabalhado quer no Serviço dos Ensino Básico e Secundário de Português no Estrangeiro e ICALP do Ministério da Educação quer no Instituto Camões, países cuja realidade, neste e noutros aspectos, tive oportunidade de conhecer directamente.

Dificilmente entendo que, especialmente, «em tempo de vacas magras», em Sintra, Portugal, se privilegie uma solução de oferta, quando, em países mais afortunados, o empréstimo é que vigora. Mas nada me leva a crer que o Dr.
Marco Almeida não se renda à evidência que defendo...
 
 
Em 2002 Marco Almeida, com o pelouro da esducação na C. m.Sintra, lançou o projecto de atribuição de manuais escolares gratuitos ás crianças do 1º ciclo. Iniciativa pioneira a nivel nacional e que se manteve até hoje, ajudando e muito as familias. Este ano votlará a repetir-se.
 
 
 

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