[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 1 de novembro de 2013



Primeiro de Novembro


As raízes da Festa de Todos os Santos encontram-se em Antioquia onde, desde o séc. IV, se celebrava uma memória de todos os mártires. Em Roma, no séc. VI, depois de ter consagrado o antigo Panteão romano à Virgem Maria
e a todos os mártires, o Papa Bonifácio introduziu esta festa no mês de Maio.

Mais tarde, Gregório III (papado 731-741) mandou erigir um oratório a todos os santos na Basílica de São Pedro, que passou a ser celebrada em 1 de Novembro. O Imperador Luís, o Piedoso (filho de Carlos Magno, 778-840), decretou esta celebração para todo o império.

Hoje, ao pretender introduzir um momento musical que se relacione com a data, cruza-se a História da Festa de Todos os Santos com uma das maiores calamidades de todos os tempos na Europa, o Terramoto de Lisboa no dia 1 de Novembro do ano de 1755.

Pois bem, nada mais a propósito do que Die Donner Ode de Georg Philipp Tellemann, cantata dramática cuja composição, datada de 1756, foi directamente inspirada no evento que, como sabem, suscitou a criação de inúmeras obras em vários domínios da Arte em geral. Basta lembrar Voltaire, por exemplo, que tão impressionado se revelou.

Poderá pensar-se que, ao celebrar tanto a majestade como o poder e a força de Deus, com um tal triunfalismo, estaremos em presença de uma obra que evidencia a complacência do Iluminismo Panglossiano. Pois bem, é a mestria e o carácter persuasivo desse triunfalismo que, precisamente, contribui para o acolhimento da peça.

Deixo-vos com um excerto, numa interpretação de referência do Collegium Musicum 90, sob a direcção de Richard Hickox.

Boa audição!


http://youtu.be/6Nh8JZU7afc
 
 

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