[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sábado, 25 de janeiro de 2014





Mais notas soltas


[Salzburg, 25.01.2014]
1. Às 10,00, na Wiener Saal do Mozarteum, assistirei à segunda parte de uma mesa redonda que se iniciou anteontem subordinada ao título “Mozart e os seus contemporâneos”, hoje dedicada à regência de...
Mozart da Oratória “Auferstehung und Himmelfahrt Jesu” [Ressurreição e Ascenção de Jesus”, de C. Ph. E. Bach. Participam excelentes musicólogos e estudiosos como Otto Biba, Christoff Wolff, Ulrich Leisinger e, com o especial ingrediente de ter René Jacobs também à conversa. bsolutamente imperdível.

2. A propósito da referida Oratória, tal como ontem anunciara, tivemo-la na Haus für Mozart, na irrepreensível leitura de René Jacobs, dirigindo a Freiburger Barockorchester, o RIAS Kammerchor, bem como os solistas Miah Persson, soprano, Maximilian Schmithh e Michel Nagy, barítono.

Nesta mesma sala, há meia dúzia de anos, assisti à interpretação desta mesma obra com Nikolaus Harnoncourt no comando das operações, com o «seu» Consentus Musicus Wien que, na altura, considerei dificilmente ultrapassável. Pois, ontem à noite, de facto, não tive mais alguma revelação. De qualquer modo, quando se tem o privilégio de poder comparar prestações tão superiores, sempre há algo que as distinguirá.

Se é possível afirmar que tem mentores extraordinários o trabalho de expurgo de leituras menos consentâneas destas obras que tão prejudicadas foram por abordagens «romantizadas, Jacobs e Harnoncourt são líderes inequívocos. Quanto ao concerto de ontem, no entanto, Jacobs pôde prepará-lo a partir da partitura que o próprio Mozart trabalhou para a célebre direção da obra em Fevereiro de 1788, o que constitui um factor de importantíssima relevância.

Gostaria de confirmar o alto gabarito do barítono Michael Nagy. Óptimo. Claríssimo, com ele, as palavras ouvem-se em todas as sílabas. Voz extensa, eficaz em todos os registos, fácil emissão, técnica perfeita, temos ali um grande senhor que, brevemente, protagonizará o ‘Ford’ de “Falstaff” de Verdi, na Deutsche Oper de Berlin, e o titular de “Don Giovanni” na Ópera de Oslo.

3. Às 11,00, depois da Mesa Redonda, na Grosse Saal, é só descer a escada, continuaremos com a Cappella Andrea Barca. A primeira peça do programa é o “Quinteto em Mi Maior para Piano, Oboé, Clarinete, Trompa e Fagote”, KV. 452. Trata-se de uma obra que, em diferentes oportunidades, tenho abordado nos textos que convosco costumo partilhar, isso se devendo à circunstância de o próprio Mozart a ter considerado, em carta de 10 de Abril de 1784, dirigida ao pai, como a melhor que havia escrito até então.

Fico-me por aqui, já estou «em cima da hora». Deixo-vos com uma interpretação do primeiro andamento pelo Quinteto de Sopros da Orquestra Filarmónica de Berlin, numa gravação ao vivo, no Japão.




http://youtu.be/lY_j49KbsR8



Sem comentários: