[sempre de acordo com a antiga ortografia]

terça-feira, 14 de janeiro de 2014





Uma «pequena» diferença...



Entre Portugal e Espanha, a superfície e o número de habitantes não são directamente proporcionais às respectivas realidades no universo do teatro lírico. A prova-lo, aí têm a lista das casas da ópera do país vizinho.

Euskalduna, Centro de Conferências e Grande Auditório, Bilbao
Gran Teatre del Liceu, Barcelona
Kursaal Palace, San Sebastián
Palacio de la Ópera, A Coruñ
a
Palau de les Arts Reina Sofía, Valencia
Teatre La Faràndula, Sabadell
Teatre Principal, Barcelona (actualmente encerrado)
Teatre Principal de Maó, Mahón
Teatro Arriaga, Bilbao
Teatro Campoamor, Oviedo
Teatro de la Maestranza, Sevilla
Teatro Real, Madrid
Teatro de la Zarzuela, Madrid

Apesar de esperar que não me pedissem a lista portuguesa, lembro que Portugal apenas conta com o Teatro Nacional de São Carlos, actualmente afectado por gravíssimos problemas de segurança e com um programa que envergonharia a mais miserável das espeluncas europeias.

Enfim, é o que temos e, ao que consta, ninguém está particularmente incomodado. Ópera? Por cá? Não, considera-se despesa e, como despesa, foi mesmo suprimida das responsabilidades oficiais. E, depois, com uma data de ignorantes a «morder» no espectáculo, que julgam ser mais para a «élite», quem se surpreende?

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[São Carlos? Hoje em dia? Não, já há uns anos deixou de ser recomendável. Agora é mais para a frequência dos parvernus, como o João César das Neves que, há uns anos, numa récita de Don Giovanni, vi eu desatar em frenéticos aplausos quando, com mais umas larguíssimas dezenas de espectadores tão preparados quanto ele, julgaram que a ópera tinha chegado ao fim, confundindo uma longa pausa com o final...

Pinamonti, homem que faz milagres, talvez consiga fazer qualquer coisa. Até que, como com ele aconteceu, uma qualquer Ministra da Cultura, como a descabelada Pires de Lima, se convença de que o saneamento do teatro passa pela imediata substituição do agora sebástico director. Exagero? Não, simplesmente «o que a casa gasta»!]


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