[sempre de acordo com a antiga ortografia]

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014





Ontem no CCB,
«anteontem» na Salle Pleyel



Ontem à noite, no Centro Cultural de Belém, apresentou-se a Orquestra Gulbenkian, sob a direcção de Josep Pons, para um programa preenchido com obras de Maurice Ravel e Manuel de Falla. Em geral, considero que o concerto teve boa qualidade de execução quer por parte da orquestra quer do solista Javier Perianes. Já no que se refere à interpretação, parece-me que o maestro afectou todas as peças de uma leitura com exagerado ‘fuoco’.


Dentre as que tivemos oportunidade de escutar, e do último compositor mencionado, “Noches en los jardines de España”, terá sido a obra em que mais se notou esse investimento numa evitável exuberância que, em minha opinião, está algo distante de um propósito de contenção que, também me parece, terá sido objectivo do compositor na escrita desta peça tão sofisticada.

Aquilo que se segue só atingirá o efeito pretendido em relação àqueles que ontem se deslocaram ao CCB. Porque se trata de uma alternativa ao que ouvimos. É curiosa a extraordinária coincidência de me servir de uma gravação – atenção, ao vivo, como prefiro quando me meto nestes exercícios de comparação – colhida na Salle Pleyel, em 7 de Fevereiro de 1986, faz hoje precisamente 28 anos.

Estaremos muito mais perto do que Falla pretenderia? Creio bem que sim. Como executantes (e intérpretes...), ao piano, temos Martha Argerich e, ainda em tempos muito propícios como maestro, o seu amigo e cúmplice Daniel Barenboim, dirigindo a Orchestre de Paris de que foi titular durante 15 anos, entre 1975 e 1989.

Boa audição!
http://youtu.be/CYCiyNbDmRM








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