Cavalli,
"Elena", uma festa da Música
Regresso a casa depois de uma esplêndida récita de
"Elena", ópera buffa de Francesco Cavalli, que ontem aqui introduzi e
apresentei. Com meios manifestamente reduzidos mas muito sofisticados e
eficazes, o encenador Jean-Yves Ruf apresentou uma proposta contida,
escorreita, perfeitamente adequada à barroca concepção do universo musical em
que se integra.
Conjunto de vozes muito homogéneo, interpretações que
evidenciaram a preparação superior e a excelente formação de uma nova geração
de cantores que, ao domínio vocal técnico e artístico, alia evidentes
capacidades histriónicas, recurso imprescindível à montagem de um espectáculo
com estas características.
Vivi três horas de perfeita Festa da Música. E, como só vos
desejo também o melhor acesso possível às boas coisas a que vou assistindo,
desta vez, tenho o enorme privilégio de vos propor, exactamente, a produção que
acabei de presenciar. Por isso, insisto em propor-vos a récita completa de
"Elena", gravada no Festival de Aix, numa coprodução em que a própria
Fundação Gulbenkian também participou.
Se for caso disso, voltem a ler as linhas de introdução já
mencionadas. Assistam à récita. Não percam mesmo já que se trata de uma peça
muito interessante da História do teatro
lírico europeu do século dezassete que encontrou na Cappella Mediterranea, no
Maestro Leonardo Garcia Alarcón, em Jean-Yves Ruf e nas vozes do elenco
anunciado, os mais adequados intérpretes depois de mais de trezentos anos
ausente.
Boa audição!
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