[sempre de acordo com a antiga ortografia]
sábado, 26 de abril de 2014
O outro...
Estive ontem no Carmo. Comigo, mais três amigos, comungando a mesma emoção. Nas nossas lágrimas, igualmente, muita, muita frustração.
Por um momento, quando se cantava Às armas, às armas, pela Pátria, cavalguei o tempo, sem freio. De facto, o tempo passara mas, lá dentro, atrás daquela fachada, «outro» ocupava a cadeira onde se sentara o então Presidente do Conselho, aguardando o desenlace do regime...
Cantava-se Às armas, às armas, pela Pátria lutar! Contra os canhões... E o «outro»? Não, não estava em São Bento, figurante das cerimónias oficiais àquela hora... Lá dentro, no Quartel...
Cantava a multidão. Os meus amigos, eu, todos, continuávamos a cantar Marchar, marchar!. Não era Marcelo Caetano. Sim, o «outro» que, àquela hora... Não, não estava em São Bento...
E o Chaimite, ali, a uns metros... Contra os canhões... nobre povo... levantai...
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