[sempre de acordo com a antiga ortografia]

quarta-feira, 28 de maio de 2014



O PS, em cima da hora!

Acabo de ouvir António Costa, em directo, afirmar que iria contactar o Secretário-Geral do Partido Socialista no sentido de informar que vai disputar a liderança do PS. Finalmente! A ver se, juntamente com António Costa, se perfilam as boas cabeças do PS que tão arredadas têm andado, incapazes de emparceirar com o vazio que se instalou no Largo do Rato.

Há minutos, editei...
o meu texto desta manhã, "Questão de sobrevivência". Permitam que me cite:

"(...) O Partido Socialista tem silenciado demasiadas vozes, lúcidas e pertinentes. Muitos se afastaram, desiludidos, incapazes de suster a vaga de «jotas», não direi acéfalos, mas manifestamente impreparados para as respostas que se impõem aos desafios nacionais e do contexto europeu em que nos inserimos.

O PS só pode e deve aproveitar a oportunidade. Trata-se, creio bem, de uma questão de sobrevivência. Não estarei exagerando se considerar que o Partido Socialista está perante um sério problema de identidade. Como se conhece e reconhece ele em relação ao legado de luta pela causa da Liberdade e pela instalação da Democracia e do Estado Democrático de Direito, legado que recebeu dos «pais fundadores» entre os quais, felizmente, ainda contamos entre nós, a exemplo de Mário Soares e de António Arnaut?

De que modo se enquadra na família socialista ibérica e europeia? Quais são as suas novas, inequívocas e muito concretas propostas nos domínios da Educação, da Justiça, da Saúde, da Defesa, do Trabalho e da Segurança Social, etc, com cronogramas de execução, se fosse governo?

Num país cujo povo tanto está a sofrer, onde há fome e carências de toda a ordem, e impondo-se marcar a actuação política, com inequívocos exemplos de economia de meios de toda a ordem, que devem partir do topo, quais as mordomias que está disposto a prescindir e a propor, tendo em consideração a necessidade de credibilização da classe política?

Identidade, herança, coerência e adequação ao figurino socialista, na matriz da Liberdade, Igualdade e Fraternidade, pela qual tantos ilustres europeus se têm batido ao longo dos últimos séculos. Ao contrário do que, eventualmente possa parecer, de facto, continua a haver lugar para esta luta, cujo objectivo é a estupenda Utopia da Felicidade do Homem."

Fim de citação. A atitude de António Costa, coincidindo com o preciso momento em que escrevia isto mesmo, surge num momento que só pode ser de ânimo e de encorajamento. Assim haja vontade de protagonizar uma mudança responsável, sem qualquer ponta do folclore habitual que tão pródigo tem sido no sentido de anular as melhores intenções.

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